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CASA, DO ALICERCE AO TELHADO
Usar cobre reciclado misturado com sucata pode causar curto-circuito; mão-de-obra qualificada é essencial
Fique de olho em quem instala e o quê
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Ter a rede elétrica instalada por
quem entende do assunto e com
material de qualidade ajuda a economizar. Não é incomum que se
compre gato por lebre: cabos ou
fios de sucata em vez de cobre.
"Além de bons produtos, está à
venda cobre reciclado, misturado
com sucata, de péssima qualidade. Um material assim faz o consumo aumentar devido ao aquecimento dos fios. O isolamento
pode derreter, gerando curto-circuito", alerta Antônio Maschietto,
diretor-executivo do Procobre
(Instituto Brasileiro do Cobre).
A qualidade do condutor deve
ser comprovada pelo selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) no produto.
"Por norma, o cobre tem de ser
99,9% puro", diz o engenheiro
eletricista Paulo Barreto, coordenador da divisão de sistemas prediais do Instituto de Engenharia.
Entre o fio e o cabo
Definido o cobre de boa qualidade, as dúvidas aparecem
com relação aos condutores, que
podem ser fios ou cabos. Há duas
diferenças entre eles: a facilidade
na instalação e o preço.
"Ambos têm a mesma capacidade de corrente e qualidade. O
cabo [vários filamentos" é mais
fácil de manusear, o que pode resultar em mão-de-obra mais rápida. Já o fio é um pouco mais barato", esclarece Marcelo Rodrigues,
da Reiplás, que faz condutores.
Mas o bom material não basta,
pois há o risco de ser desperdiçado na execução. "O mau profissional pode errar na hora de puxar a fiação e arranhar a camada
isolante", completa Barreto.
A manutenção também merece
atenção especial. Um erro comum do eletricista sem qualificação é trocar o disjuntor quando
desarma. "O cliente reclama que o
disjuntor abre toda hora, mas isso
ocorre para proteger a rede", diz o
eletrotécnico Edgard Guimarães
Cavalcanti, na área há 20 anos.
Segundo Osmar Souza, instrutor de eletricidade do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial), fiação emendada dentro de conduíte, onde não se tem
acesso, e ligações equivocadas
com a tomada de três pólos, excluindo o fio terra, são outros erros próprios dos aventureiros.
Por fim, emendas malfeitas
também podem trazer dor de cabeça para o morador. O local
aquece com risco até de derreter a
camada isolante. "Há a probabilidade de um curto-circuito, e os
aparelhos podem não funcionar
direito, por mau contato", explica
Ivan Machado Terni, sócio-proprietário da Terni Engenharia,
que executa projetos de elétrica.
O certo é revestir a emenda com
fita isolante, mas essa regra básica
nem sempre é observada.
(AM)
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