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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003

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POR FORA

É necessário cuidado com o espaçamento de vigas, com o fornecimento de energia para novos equipamentos e com o encanamento

Estrutura tem lugar certo nas obras externas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A primeira etapa na construção de um cômodo na área externa -seja garagem, edícula ou gazebo- é cuidar da estrutura, prevendo brocas e vigas baldrames.
A broca é um buraco de 4 m de profundidade por 30 cm de diâmetro, que vai dar sustentação a toda a estrutura. O certo, na opinião de engenheiros, é abrir uma broca a cada 3 m lineares de parede construída.
Viga baldrame é uma camada de ferro e cimento com 20 cm de largura por 30 cm de altura, colocada na horizontal e que serve sobretudo para distribuir o peso da parede. Viga e broca respondem conjuntamente por boa parte do projeto estrutural.
De acordo com o engenheiro Marcos Barrichelo, 30, o ideal é que a viga receba uma camada de impermeabilizante para ajudar na vedação das paredes.
Passada a parte de estruturas, chega-se ao contrapiso. Antes de qualquer coisa, é preciso saber que tipo de revestimento será instalado. "Muitos materiais, como o mármore, não exigem que o chão esteja perfeitamente liso para sua colocação", explica o arquiteto David Douek.
"Mas, no caso do carpete, por exemplo, além da camada -com pelo menos 6 cm de concreto-, é necessário o uso de argamassa para que a área fique plana", diz.

Fiação
A instalação elétrica pode ser bem menos trabalhosa se houver folga no quadro de disjuntores, o que geralmente não ocorre em casas velhas. Caso não haja, e como as concessionárias não permitem duas entradas de energia no mesmo endereço, é preciso puxar do relógio uma nova fiação com quadros e disjuntores independentes para evitar sobrecarga.
Mesmo em construções novas, se houver aumento de 25% no uso de energia, é bom pedir acréscimo de carga à concessionária. Isso evita queda de luz quando o chuveiro estiver ligado. Computadores, fornos de microondas e máquinas de lavar também precisam de circuitos próprios.
Independentes, aliás, devem ser também os telhados e o sistema de calhas. "É mais fácil que tentar manter o alinhamento das telhas e do madeiramento", afirma o gerente de obras Caio Villas Boas, 28. "Além disso, pode-se apostar em novos materiais, como o vidro ou o policarbonato."
Levar água fria ao novo cômodo é tarefa das mais fáceis. Basta colocar um tubo tipo "T" e instalar os novos canos. A instalação para água quente vai depender da capacidade do aquecedor. Pode ser que o uso da energia elétrica seja mais barato do que construir um novo sistema de aquecimento.
A ampliação da rede de esgoto requer mais trabalho, gastos e quebradeira. Como a rede fica abaixo do contrapiso, para interligá-la, é necessário mexer no chão de uma área que não tem relação com a que está sendo criada.
Colocar portas e janelas em paredes já existentes é simples, desde que haja o mínimo de profissionalismo. "Não é só fazer buracos", alerta Barrichelo. "A colocação de uma estrutura chamada verga [uma barra de ferro e concreto] é que faz a diferença."
A verga deve ter 30 cm a mais que a largura da porta ou da janela para transferir às laterais o peso da parede que fica na parte de cima das portas. "É isso que evita trincas e rachaduras", explica o engenheiro. "Nas janelas, a verga pode ser usada também na parte inferior para ajudar na fixação da estrutura." (FERNANDA MEDEIROS)


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