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POR FORA
É necessário cuidado com o espaçamento de vigas, com o fornecimento de energia para novos equipamentos e com o encanamento
Estrutura tem lugar certo nas obras externas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A primeira etapa na construção
de um cômodo na área externa
-seja garagem, edícula ou gazebo- é cuidar da estrutura, prevendo brocas e vigas baldrames.
A broca é um buraco de 4 m
de profundidade por 30 cm
de diâmetro, que vai dar sustentação a toda a estrutura. O certo,
na opinião de engenheiros, é abrir
uma broca a cada 3 m lineares
de parede construída.
Viga baldrame é uma camada
de ferro e cimento com 20 cm
de largura por 30 cm de altura,
colocada na horizontal e que serve sobretudo para distribuir o peso da parede. Viga e broca respondem conjuntamente por boa
parte do projeto estrutural.
De acordo com o engenheiro
Marcos Barrichelo, 30, o ideal
é que a viga receba uma camada
de impermeabilizante para ajudar
na vedação das paredes.
Passada a parte de estruturas,
chega-se ao contrapiso. Antes
de qualquer coisa, é preciso saber
que tipo de revestimento será instalado. "Muitos materiais,
como o mármore, não exigem
que o chão esteja perfeitamente
liso para sua colocação", explica o
arquiteto David Douek.
"Mas, no caso do carpete, por
exemplo, além da camada -com
pelo menos 6 cm de concreto-, é
necessário o uso de argamassa para que a área fique plana", diz.
Fiação
A instalação elétrica pode ser
bem menos trabalhosa se houver
folga no quadro de disjuntores, o
que geralmente não ocorre em casas velhas. Caso não haja, e como
as concessionárias não permitem
duas entradas de energia no mesmo endereço, é preciso puxar do
relógio uma nova fiação com quadros e disjuntores independentes
para evitar sobrecarga.
Mesmo em construções novas,
se houver aumento de 25% no uso
de energia, é bom pedir acréscimo
de carga à concessionária. Isso
evita queda de luz quando o chuveiro estiver ligado. Computadores, fornos de microondas e máquinas de lavar também precisam
de circuitos próprios.
Independentes, aliás, devem ser
também os telhados e o sistema
de calhas. "É mais fácil que tentar
manter o alinhamento das telhas
e do madeiramento", afirma o gerente de obras Caio Villas Boas,
28. "Além disso, pode-se apostar
em novos materiais, como o vidro
ou o policarbonato."
Levar água fria ao novo cômodo
é tarefa das mais fáceis. Basta colocar um tubo tipo "T" e instalar os
novos canos. A instalação para
água quente vai depender da capacidade do aquecedor. Pode ser
que o uso da energia elétrica seja
mais barato do que construir um
novo sistema de aquecimento.
A ampliação da rede de esgoto
requer mais trabalho, gastos e
quebradeira. Como a rede fica
abaixo do contrapiso, para interligá-la, é necessário mexer no chão
de uma área que não tem relação
com a que está sendo criada.
Colocar portas e janelas em paredes já existentes é simples, desde que haja o mínimo de profissionalismo. "Não é só fazer buracos", alerta Barrichelo. "A colocação de uma estrutura chamada
verga [uma barra de ferro e concreto] é que faz a diferença."
A verga deve ter 30 cm a mais
que a largura da porta ou da janela para transferir às laterais o peso
da parede que fica na parte de cima das portas. "É isso que evita
trincas e rachaduras", explica o
engenheiro. "Nas janelas, a verga
pode ser usada também na parte
inferior para ajudar na fixação da
estrutura."
(FERNANDA MEDEIROS)
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