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REFORMA EXPRESSA
Mudanças imprevistas na estrutura interna do imóvel deixam de ser tão traumáticas com uso de materiais como o "dry wall"
Parede seca simplifica e torna obra limpa
ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Negócios, construção, casa,
família. Tudo exige planejamento. Mas, muitas vezes, a situação
concreta foge do roteiro traçado
inicialmente e aí é preciso ajustar
a casa à nova realidade. Foi o
que aconteceu, por exemplo, com
o advogado R. M., 37, que teve
mais uma filha e precisou construir um cômodo adicional.
"Tentamos colocar a recém-nascida com a irmã, também bebê. Mas uma não deixava a outra
dormir, e o jeito foi reformar."
A boa notícia é que obras de
ampliação estão mais fáceis.
"Sistemas de construção a seco,
como o "dry wall" [placas de gesso
acartonado que formam paredes
fixadas em perfis metálicos], são
instalados ou retirados na hora,
sem sujeira, e a divisão fica pronta
no mesmo dia", conta o engenheiro civil Marco Addor, 37,
consultor especialista em paredes.
De acordo com ele, as placas
custam de R$ 30 a R$ 60 por m2,
enquanto alvenaria com revestimento convencional sai por volta
de R$ 30 a R$ 40 por m2.
Acústica
A comparação entre os dois sistemas é polêmica, principalmente
na questão acústica. "Para que
o gesso acartonado se comporte
bem e não se ouça nada do ou-
tro lado, é preciso colocar lã mineral no centro. Aí, a divisória até
supera a alvenaria na questão
acústica", compara o engenheiro
José Roberto Peres, 51.
Mas um dos fabricantes do "dry
wall" contesta. "Enquanto a alvenaria suporta 33 decibéis, o gesso
acartonado simples segura até 37
decibéis", argumenta Wilson Antônio Barbosa, 54, coordenador
técnico-comercial da Placo.
Outro material de montagem
rápida com perfis metálicos e que,
quando acabado, assemelha-se a
alvenaria, é a placa cimentícia. O
preço varia de R$ 20 a R$ 50 o m2.
Uma das vantagens é a pouca
espessura (a partir de 4 mm). No
apartamento de uma cliente, a arquiteta Aparecida Alvez, 53, dividiu a sala com esse tipo de parede.
"Os poucos centímetros ganhos já
fizeram diferença", diz.
Transparência
Usar material translúcido em
divisórias é uma forma de garantir luminosidade e dar amplitude.
O recurso foi usado em um dos
projetos da arquiteta Maria Fernanda Sanchez. "O cliente queria
aumentar a cozinha e continuar
com divisão, mas não diminuir
demais a sala. Então demolimos a
parede e construímos outra em
curva, feita com blocos de vidro."
O único empecilho dos blocos
de vidro é o preço. Segundo o engenheiro Peres, uma parede custa
entre R$ 400 e R$ 500 por m2.
Outra opção é o policarbonato.
"O vidro fica mais transparente e
não risca com tanta facilidade.
Mas, se o projeto exigir curvas, a
melhor saída é o policarbonato,
cuja lâmina plana pode ser envergada na obra. O vidro em curva é
feito por encomenda e sai caro",
conta o arquiteto Beto Madureira.
Segundo o engenheiro Alexandre Rodrigues, 33, da Saint-Gobain, para ser usado como divisória, o vidro tem de ter 8 mm de espessura, no mínimo. "Como segurança, são indicados o aramado [contém tela metálica], o temperado [mais resistente] ou o laminado [com película plástica
que retém cacos na quebra]."
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