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De volta para o futuro
Inovações como internet na geladeira, porta-recados eletrônico e porta-retratos digital distanciam-se das fábulas científicas e facilitam o cotidiano
CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
As fantasias futuristas para a
casa do ano 2000 descreviam
robôs e máquinas falantes. A
tecnologia necessária para tal
cenário já está disponível, mas
os planos de futuro das grandes
empresas pouco se assemelham aos velhos devaneios.
A principal mudança está no
consumidor, que pede o uso de
alta tecnologia de maneira simplificada. Ele quer produtos cuja inovação efetivamente melhore o funcionamento normal
da vida cotidiana -não é necessário ter uma empregada robô
como a dos Jetsons.
Assim, fabricantes de eletroeletrônicos apostam em
avanços na interatividade. Nessa linha, a tendência vai desde
fogões que podem ser levados
para diferentes partes da casa e
filtros que retiram os odores da
cozinha -ampliando a integração entre ambientes- até quadros de recado e porta-retratos
que enviam e recebem mensagens, fotos e vídeos.
Outro conceito em alta é a valorização do tempo e da qualidade dos serviços domésticos.
Criam-se então tecnologias para reduzir o tempo de cozimento dos alimentos e automatizar
as regulagens da lava-roupas,
da temperatura do aquecedor e
da iluminação da TV.
O preço reflete gastos em
pesquisa e materiais. Itens com
tecnologia conhecida são mais
acessíveis, como a placa eletrônica de cozimento da Electrolux (R$ 399) com ajuste digital
de temperatura. Outros parecem menos apetitosos ao consumidor comum, como a lava-louças integrada à pia da KitchenAid (R$ 17,9 mil).
Num piscar de olhos
Citada há anos como a grande saída futurística, a automação já faz parte do mercado nacional, em sistemas para acionar pelo celular o aquecedor de
água ou o condicionador de ar.
Já eletrodomésticos com internet integrada ou comando
de voz, realidade na Europa e
na Ásia, devem demorar a chegar ao Brasil. Para Júlio Bertola, diretor do centro de design
da Electrolux, o usuário nacional prefere controlar a casa
mais de perto e vê comandos à
distância com reserva.
O consumidor também não
quer um lar com cara de estação espacial. "Há o desafio de
transpor a impessoalidade dos
objetos inanimados", afirma
em estudos sobre consumo o
presidente-executivo da Philips Design, Stefano Marzano.
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