São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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"BUNKER"

Cômodos fortificados só são eficazes quando fazem parte de um sistema de proteção, dizem especialistas

Quarto protegido não dispensa outros itens de segurança

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quem viu a atriz Jodie Foster monitorar bandidos no interior de uma luxuosa mansão em Manhattan, no filme "Quarto do Pânico", pode ficar com a falsa impressão de que os ""bunkers" são um fim, e não apenas mais um meio de proteger os moradores.
Os especialistas ouvidos pela Folha são unânimes em apontar que tudo começa com o planejamento da arquitetura do imóvel -leia-se muros altos e portões maciços- e um bom sistema de segurança eletrônica.
Mas, para o arquiteto Luciano Graber, é preciso tomar cuidado com a profusão de sensores de movimento pela casa. "Em demasia, só irritam o proprietário, que, quase sempre, opta por desligá-los." O ideal, revela, é instalar uns poucos em pontos estratégicos, como perto das portas.
O quarto de segurança é o último estágio, que só se justifica depois de todo o resto. Mas deve fazer jus à fama de fortaleza. As paredes de concreto, o vidro blindado e uma boa porta de segurança completam o serviço de proteção.

Errar é humano
"Quando a família tem "bunker", uma vez soado o alarme, tem tempo de se trancar sem dar de cara com invasores", estima Ernesto Bitran, diretor da VP Consultoria em Segurança. Ele reforça a necessidade da análise do imóvel, que determina a localização do quarto. "Ele não deve ficar no fundo do jardim ou na sala, para onde a família não terá condições de correr em caso de invasão."
"Cuidado com empresas que apresentam certificações falsas de arrombamento", alerta June Hi Lee, gerente da Mul-T-Lock. Ele diz que o cliente deve pedir equipamentos cujo arrombamento seja demorado, barulhento e que exija ferramentas especiais.
É o que promete a porta 469 (US$ 2.700), da Mul-T-Lock, que recebe blindagem com aço especial e suporta disparos de rifles militares como AK-47 e AR-15.
Mas nada disso funciona se a família não colaborar. "Não adianta se o morador não conhece os procedimentos", lembra César Ferrage de Brito, arquiteto da empresa de segurança Pires.
O vigia também precisa de proteção, em guarita blindada. O tempo que a família terá para trancar-se no ""bunker" depende, sobretudo, da sua velocidade de reação. "Nada é 100% seguro, quando há o elemento humano", conclui Brito. (NATHALIA BARBOZA)


ONDE ENCONTRAR
Krakowiak & Tavares Arquitetura: 0/xx/11/5561-7869; Luciano Graber: 0/xx/11/3081-3843; Mul-T-Lock: 0/xx/ 11/3064-3232; Pires: 0/xx/11/6959-1144; VP: 0/xx/11/6461-8888.




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