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"BUNKER"
Cômodos fortificados só são eficazes quando fazem parte de um sistema de proteção, dizem especialistas
Quarto protegido não dispensa outros itens de segurança
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quem viu a atriz Jodie Foster
monitorar bandidos no interior
de uma luxuosa mansão em Manhattan, no filme "Quarto do Pânico", pode ficar com a falsa impressão de que os ""bunkers" são
um fim, e não apenas mais um
meio de proteger os moradores.
Os especialistas ouvidos pela
Folha são unânimes em apontar
que tudo começa com o planejamento da arquitetura do imóvel
-leia-se muros altos e portões
maciços- e um bom sistema
de segurança eletrônica.
Mas, para o arquiteto Luciano
Graber, é preciso tomar cuidado
com a profusão de sensores de
movimento pela casa. "Em demasia, só irritam o proprietário, que,
quase sempre, opta por desligá-los." O ideal, revela, é instalar
uns poucos em pontos estratégicos, como perto das portas.
O quarto de segurança é o último estágio, que só se justifica depois de todo o resto. Mas deve fazer jus à fama de fortaleza. As paredes de concreto, o vidro blindado e uma boa porta de segurança
completam o serviço de proteção.
Errar é humano
"Quando a família tem "bunker",
uma vez soado o alarme, tem tempo de se trancar sem dar de cara
com invasores", estima Ernesto
Bitran, diretor da VP Consultoria
em Segurança. Ele reforça a necessidade da análise do imóvel,
que determina a localização do
quarto. "Ele não deve ficar no fundo do jardim ou na sala, para onde a família não terá condições de
correr em caso de invasão."
"Cuidado com empresas que
apresentam certificações falsas de
arrombamento", alerta June Hi
Lee, gerente da Mul-T-Lock. Ele
diz que o cliente deve pedir equipamentos cujo arrombamento
seja demorado, barulhento e que
exija ferramentas especiais.
É o que promete a porta 469
(US$ 2.700), da Mul-T-Lock, que
recebe blindagem com aço especial e suporta disparos de rifles
militares como AK-47 e AR-15.
Mas nada disso funciona se a
família não colaborar. "Não
adianta se o morador não conhece os procedimentos", lembra César Ferrage de Brito, arquiteto da
empresa de segurança Pires.
O vigia também precisa de proteção, em guarita blindada. O
tempo que a família terá para
trancar-se no ""bunker" depende,
sobretudo, da sua velocidade de
reação. "Nada é 100% seguro,
quando há o elemento humano",
conclui Brito.
(NATHALIA BARBOZA)
ONDE ENCONTRAR
Krakowiak & Tavares Arquitetura:
0/xx/11/5561-7869; Luciano Graber:
0/xx/11/3081-3843; Mul-T-Lock: 0/xx/
11/3064-3232; Pires: 0/xx/11/6959-1144; VP: 0/xx/11/6461-8888.
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