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São Paulo, domingo, 30 de março de 2003

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GUIA DA REFORMA - PISOS

Antes de escolher o material do revestimento e calcular os custos, deve-se analisar se a área é íntima ou social, coberta ou não

Para reformar, é preciso saber onde se pisa

ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Tem horas em que os olhos vêem e o coração sente a necessidade de reformar a casa. A começar pelo piso, tema desta primeira de cinco edições dedicadas a dar um visual renovado à casa.
Para a troca do revestimento do piso, o primeiro passo é a análise da área de instalação: se é coberta ou não, íntima ou social. Depois, vem a escolha do material.
Segundo a Anfacer (Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento), os preços começam em R$ 7 por mē, no caso das cerâmicas. Podem chegar a R$ 2.000, se o eleito for o granito importado de alto padrão, na avaliação do engenheiro José Leon Spiewak, 64.
Mas a escolha não deve pautar-se só pelo saldo bancário. Há casos em que a espessura do material ultrapassa o recomendável para o ambiente. "Não se deve mexer no contrapiso. No caso das lajes, é até proibido, o risco estrutural é grande", ensina o professor Vahan Agopyan, 51, diretor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).
A compra também tem de ser planejada, e, seja qual for o material, o ideal é adquirir 10% a mais. "Já tive um caso em que não havia sobra e acabou faltando. Compramos outro lote da mesma peça, mas veio com diferença de milímetros, o que deixou o rejunte em leve desnível", conta o arquiteto Marcos Garrubbo, 43.

A troca
Quando a obra é "zero-quilômetro", o gasto é só com o material e com a mão-de-obra de instalação. Na reforma, é preciso pensar na retirada do piso do local.
De acordo com Spiewak, só para remover o piso existente são gastos de R$ 7 a R$ 15 por mē com mão-de-obra, dependendo do revestimento. Já para a instalação do outro, o preço varia de R$ 10 a R$ 25 por mē.
Uma opção para ter uma obra mais limpa é não retirar o piso atual e usar um autonivelante, massa que pode ser aplicada sobre outros pisos, antes da instalação do novo revestimento. O mē custa cerca de R$ 20.
"O produto agiliza a obra. Quem tem um piso vinílico, por exemplo, vai ter problemas para retirá-lo, pois muitos deles usam uma cola de difícil remoção no contrapiso", conta Richard Zats, 51, representante da Ardex, uma das marcas desse produto.
"Quando há substituição, tudo bem, mas, se vai outro piso por cima, é preciso verificar a sobrecarga que o prédio aguenta", adverte o professor da Poli-USP Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, 42.
Há casos em que só a troca resolve, como nas infiltrações. Esse é o problema da arquiteta Maria Aguiar Tescarolo, 35. Durante a reforma da sua casa, ela notou que o piso cerâmico do solário deixava água passar para a laje.
"Quem enfrenta isso tem de quebrar, retirar, impermeabilizar o contrapiso e recolocar o revestimento. Não há piso que por si só seja impermeável. E, se trocar sem tratar o cimento de baixo, vai dar problema", avisa Jéfferson Gabriolli, 39, consultor do Instituto Brasileiro de Impermeabilização.


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