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GUIA DA REFORMA - PISOS
Antes de escolher o material do revestimento e calcular os custos, deve-se analisar se a área é íntima ou social, coberta ou não
Para reformar, é preciso saber onde se pisa
ANDREA MIRAMONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Tem horas em que os olhos
vêem e o coração sente a necessidade de reformar a casa. A começar pelo piso, tema desta primeira
de cinco edições dedicadas a dar
um visual renovado à casa.
Para a troca do revestimento do
piso, o primeiro passo é a análise
da área de instalação: se é coberta
ou não, íntima ou social. Depois,
vem a escolha do material.
Segundo a Anfacer (Associação
Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento), os
preços começam em R$ 7 por mē,
no caso das cerâmicas. Podem
chegar a R$ 2.000, se o eleito for o
granito importado de alto padrão,
na avaliação do engenheiro José
Leon Spiewak, 64.
Mas a escolha não deve pautar-se só pelo saldo bancário. Há casos em que a espessura do material ultrapassa o recomendável
para o ambiente. "Não se deve
mexer no contrapiso. No caso das
lajes, é até proibido, o risco estrutural é grande", ensina o professor Vahan Agopyan, 51, diretor da
Poli-USP (Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo).
A compra também tem de ser
planejada, e, seja qual for o material, o ideal é adquirir 10% a mais.
"Já tive um caso em que não havia
sobra e acabou faltando. Compramos outro lote da mesma peça,
mas veio com diferença de milímetros, o que deixou o rejunte em
leve desnível", conta o arquiteto
Marcos Garrubbo, 43.
A troca
Quando a obra é "zero-quilômetro", o gasto é só com o material e com a mão-de-obra de instalação. Na reforma, é preciso pensar na retirada do piso do local.
De acordo com Spiewak, só para remover o piso existente são
gastos de R$ 7 a R$ 15 por mē com
mão-de-obra, dependendo do revestimento. Já para a instalação
do outro, o preço varia de R$ 10 a
R$ 25 por mē.
Uma opção para ter uma obra
mais limpa é não retirar o piso
atual e usar um autonivelante,
massa que pode ser aplicada sobre outros pisos, antes da instalação do novo revestimento. O mē
custa cerca de R$ 20.
"O produto agiliza a obra.
Quem tem um piso vinílico, por
exemplo, vai ter problemas para
retirá-lo, pois muitos deles usam
uma cola de difícil remoção no
contrapiso", conta Richard Zats,
51, representante da Ardex, uma
das marcas desse produto.
"Quando há substituição, tudo
bem, mas, se vai outro piso por cima, é preciso verificar a sobrecarga que o prédio aguenta", adverte
o professor da Poli-USP Ubiraci
Espinelli Lemes de Souza, 42.
Há casos em que só a troca resolve, como nas infiltrações. Esse
é o problema da arquiteta Maria
Aguiar Tescarolo, 35. Durante a
reforma da sua casa, ela notou
que o piso cerâmico do solário
deixava água passar para a laje.
"Quem enfrenta isso tem de
quebrar, retirar, impermeabilizar
o contrapiso e recolocar o revestimento. Não há piso que por si só
seja impermeável. E, se trocar sem
tratar o cimento de baixo, vai dar
problema", avisa Jéfferson Gabriolli, 39, consultor do Instituto
Brasileiro de Impermeabilização.
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