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Prisão de Dantas pela PF cria embate jurídico
DA REDAÇÃO
A Operação Satiagraha ("firmeza na verdade", em sânscrito), deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira, resultou
na decretação da prisão de 24
pessoas, entre elas Daniel
Dantas, dono do banco Opportunity, o investidor Naji Nahas
e o ex-prefeito de São Paulo
Celso Pitta.
Dantas foi acusado de usar
suas empresas para cometer
fraudes, fazer remessas ilegais
e lavar dinheiro. Nahas foi
apontado como o operador de
Dantas que cuidava da lavagem do dinheiro no exterior.
Pitta, segundo a denúncia do
Ministério Público, recorria ao
investidor para repatriar recursos. Seus advogados negaram as acusações.
Na quarta-feira, atendendo
a um pedido da defesa do banqueiro, o presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal),
Gilmar Mendes, concedeu habeas corpus a Dantas, a sua irmã Verônica e a mais nove
funcionários do Opportunity,
por considerar que o fim da coleta de provas dispensava a
prisão temporária deles.
No dia seguinte, porém,
Dantas foi preso novamente,
desta vez em caráter preventivo, por ordem do juiz federal
Fausto De Sanctis. A justificativa era a acusação de que ele
oferecera propina de US$ 1 milhão, por emissário, a um delegado da PF.
O banqueiro voltou à carceragem da Polícia Federal em
São Paulo pouco mais de 11 horas após ter sido solto.
Na sexta-feira, o caso ganhou as dimensões de um embate entre instâncias do Poder
Judiciário. Gilmar Mendes
mandou soltar Dantas pela segunda vez, chamou a prisão
preventiva de "absurda" e
"inaceitável" e acusou De
Sanctis de se "insurgir" contra
decisão do STF. Entidades de
classe do Judiciário e do Ministério Público atacaram o
presidente do Supremo e defenderam o juiz.
Outro habeas corpus concedido por Mendes já havia permitido que, na madrugada de
sexta-feira, Pitta e Nahas fossem libertados.
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