São Paulo, domingo, 13 de julho de 2008


Prisão de Dantas pela PF cria embate jurídico

DA REDAÇÃO

A Operação Satiagraha ("firmeza na verdade", em sânscrito), deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira, resultou na decretação da prisão de 24 pessoas, entre elas Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Dantas foi acusado de usar suas empresas para cometer fraudes, fazer remessas ilegais e lavar dinheiro. Nahas foi apontado como o operador de Dantas que cuidava da lavagem do dinheiro no exterior. Pitta, segundo a denúncia do Ministério Público, recorria ao investidor para repatriar recursos. Seus advogados negaram as acusações.
Na quarta-feira, atendendo a um pedido da defesa do banqueiro, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, concedeu habeas corpus a Dantas, a sua irmã Verônica e a mais nove funcionários do Opportunity, por considerar que o fim da coleta de provas dispensava a prisão temporária deles.
No dia seguinte, porém, Dantas foi preso novamente, desta vez em caráter preventivo, por ordem do juiz federal Fausto De Sanctis. A justificativa era a acusação de que ele oferecera propina de US$ 1 milhão, por emissário, a um delegado da PF.
O banqueiro voltou à carceragem da Polícia Federal em São Paulo pouco mais de 11 horas após ter sido solto.
Na sexta-feira, o caso ganhou as dimensões de um embate entre instâncias do Poder Judiciário. Gilmar Mendes mandou soltar Dantas pela segunda vez, chamou a prisão preventiva de "absurda" e "inaceitável" e acusou De Sanctis de se "insurgir" contra decisão do STF. Entidades de classe do Judiciário e do Ministério Público atacaram o presidente do Supremo e defenderam o juiz.
Outro habeas corpus concedido por Mendes já havia permitido que, na madrugada de sexta-feira, Pitta e Nahas fossem libertados.


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