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Lei rígida prevê prisão para quem dirigir após beber
DA REPORTAGEM LOCAL
Desde o dia 20, passou a valer
em todo o país a nova lei que
torna ilegal dirigir com concentração a partir de dois decigramas de álcool por litro de sangue, uma das mais rígidas do
mundo. Além da multa de R$
955, o flagrante prevê a perda
do direito de dirigir por um ano
e a retenção do veículo.
O motorista que for pego
após beber o equivalente a dois
chopes (seis decigramas por litro) pode acabar na cadeia. A
pena é de seis meses a três anos,
mas é possível pagar fiança: de
R$ 300 a R$ 1.200, em média,
dependendo do entendimento
do delegado. Tal rigidez, comparável às regras de países como Suécia e Noruega, tem causado polêmica, principalmente
após a constatação de que bafômetros podem detectar a concentração de álcool acima do limite em casos de pessoas que
comerem, por exemplo, dois
bombons de licor.
Já nos três primeiros dias
após sua entrada em vigor, 42
pessoas foram detidas em todo
o país ao serem pegas dirigindo
após beber. Um major da Polícia Militar de São Paulo chegou
a dizer que a corporação colocará "espiões" em bares com o
objetivo de flagrar pessoas pegando o carro após seus drinques. Várias blitze estão sendo
organizadas em regiões de agitação noturna.
Por outro lado, a nova lei revelou a falta de infra-estrutura
das autoridades para fazer
cumpri-la. Nas estradas paulistas, por exemplo, há apenas um
bafômetro a cada 290 km de estradas, número considerado insuficiente por alguns especialistas em trânsito.
Motoristas podem adquirir
bafômetros descartáveis por
R$ 14 a unidade para evitar o
risco de ser pego numa blitz. A
compra pode ser por telefone
ou em sites de empresas de produtos farmacêuticos ou de segurança do trabalho.
A legislação também tem dado dor de cabeça a cidades onde
a bebida é atração turística. Na
serra gaúcha, a Associação Produtora de Vinho Fino do Vale
dos Vinhedos declarou que as
mudanças "caíram como uma
bomba".
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