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Para Kassab, eventual alta de custos é o preço a pagar
Prefeito de SP diz que restrição a caminhão é medida necessária para melhorar trânsito
Kassab acompanhou blitz da PM; ele afirmou que manifestantes deveriam escolher local adequado que não prejudicasse a cidade
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(DEM) afirmou ontem que um
eventual aumento no custo de
produtos e de serviços diversos,
por conta da nova lei que restringe a circulação de caminhões, será o preço que a cidade
terá de pagar para reduzir os índices de congestionamento.
"Olha, não acredito que suba
[o custo]. E, se subir, é o preço
que temos que pagar. A cidade
de São Paulo tem um trânsito
hoje que precisa que sejam adotadas medidas para diminuir."
Foi Adriano Perez, 34, motorista e representante da transportadora Cargas Stagio, que
pediu à Folha para questionar
o prefeito sobre a possibilidade
de aumento de preços por conta das novas restrições.
"Pergunte ao Kassab o que
ele irá dizer na hora em que o
preço de tudo subir por causa
dessa lei que ele inventou.
Quando subir o preço de tudo,
será o Kassab quem também
terá de pagar por isso", disse
Perez, enquanto dois caminhões que ele ajudava a descarregar eram multados por um
agente de trânsito da CET, em
frente ao número 59 da rua do
Triunfo, região central.
Eram 6h quando o fiscal da
CET sacou o bloco de anotações e aplicou duas multas, que
foram fixadas nos pára-brisas
dos dois caminhões.
"Eu não sabia de nada. Deviam ter avisado às empresas
de transporte primeiro sobre
essa lei", criticou Silvio Heleno,
34, motorista de um dos caminhões multados, com placa de
Vitória, no Espírito Santo. Ele
disse não ter visto as faixas de
aviso espalhadas na entrada da
cidade. "Essa lei é para a cidade
de São Paulo. Ninguém sabe
dela no nosso Estado."
Ele não foi o único a reclamar. "Vim de Ipubi, em Pernambuco. Trago uma carga de
gesso e estou aqui à procura do
endereço correto. Me disseram
que é no Ipiranga. Só sei disso.
Dessa lei, que lei é essa? Me diga", pediu o motorista José
Evangelista Neto, 62, que estava estacionando, às 5h30, na
esquina da avenida Ricardo Jafet com a rua Dom Pedro 1º.
"A divulgação foi bastante
ampla. Foram praticamente
cinco meses de divulgação",
respondeu Kassab.
Pela manhã de ontem, o prefeito acompanhou uma blitz da
Polícia Militar nos cruzamentos da avenida Henrique
Schaumann com a rua Teodoro
Sampaio e da avenida Pompéia
com a rua Turiaçu. Ele estava
com o secretário municipal dos
Transportes e presidente da
CET, Alexandre de Moraes.
À tarde, o prefeito evitou falar dos protestos. "Todos têm
direito, numa democracia, à
manifestação. Mas eu espero
que essas pessoas façam a manifestação em local adequado,
para não prejudicar a vida, o
dia, de 11 milhões de pessoas
que aqui moram." Ele, porém,
disse não saber se os protestos
foram articulados para prejudicar a sua candidatura à reeleição. "Não tenho informação
de que tenha sido uma manifestação política. Mas foi imprópria. Tentar parar uma cidade de 11 milhões de pessoas é
uma coisa imprópria."
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