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Empresária é condenada por torturar garota
Justiça determinou pena de 14 anos a Sílvia Calabresi Lima, que agrediu menina de 12 anos que vivia com ela em Goiânia
Empregada de Calabresi também foi condenada; advogados disseram que vão recorrer das sentenças, que consideraram exageradas
DA AGÊNCIA FOLHA
A empresária presa no começo do ano sob acusação de ter
torturado uma adolescente
de 12 anos em Goiânia foi
condenada ontem a 14 anos
e 11 meses de prisão.
Sílvia Calabresi Lima vivia
em uma área nobre da capital
de Goiás com uma menina que
havia saído do interior do Estado para estudar. Em março, policiais encontraram a menina
acorrentada e amordaçada no
apartamento dela.
A empregada da família, Vanice Maria Novaes, recebeu ontem pena de sete anos, também
por prática de tortura.
O marido de Calabresi Lima,
o engenheiro Marco Antônio
Calabresi Lima, também foi
condenado -a um ano e oito
meses de prisão-, mas teve a
pena convertida em serviços
comunitários. Ele foi acusado
de omissão. Um dos filhos do
casal foi absolvido da mesma
acusação, por falta de provas.
Segundo a Justiça, a acusada
praticou torturas que provocaram deformações permanentes
na menina, como ferimentos
na língua. A investigação também constatou que Calabresi
Lima e a empregada espancavam a garota diariamente -o
esmagamento de dedos foi uma
das agressões citadas.
No julgamento, também foi
dito que a menina era sufocada
e deixada por até quatro dias
sem comer. A Promotoria afirmou que as torturas ocorriam
havia pelo menos dois anos.
O juiz responsável pelo caso,
José Carlos Duarte, justificou a
pena menor para a empregada
afirmando que Calabresi Lima
cometeu torturas de maior gravidade contra a adolescente.
A mãe da menina que sofria
maus-tratos também será processada. Ela é acusada de entregar a filha em troca de dinheiro.
Desde março, a garota permanece sob guarda do Conselho Tutelar em Goiânia.
Outro lado
As duas condenadas vão
aguardar na prisão o julgamento de recursos. Os advogados
disseram que vão recorrer.
A defesa de Calabresi Lima
afirma que ela cometeu, de fato,
agressões contra a menina, mas
considera a pena exagerada.
"Não concordamos com o resultado e vamos até o STJ [Superior Tribunal de Justiça]",
disse João Carvalho de Matos,
advogado de Calabresi Lima.
A defesa da empregada doméstica vai pedir ao STJ exames de sanidade mental. A Justiça de Goiás já negou um pedido feito por ela anteriormente.
(FELIPE BÄCHTOLD)
Colaborou SEBASTIÃO MONTALVÃO, da Agência Folha, em Goiânia
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