|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Anvisa deve suspender a venda de Prexige
Antiinflamatório é o segundo mais comercializado no país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara Técnica de Medicamentos, órgão consultivo da
Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária), decidiu
recomendar à agência que suspenda o registro do Prexige, o
segundo antiinflamatório mais
vendido do país. Segundo a Folha apurou, a recomendação
deverá ser seguida pela agência
reguladora.
A Folha apurou que o órgão
consultivo da Anvisa avaliou
que pelo menos 22 casos de
problemas de fígado registrados no mundo desde 2005, como hepatite, eram considerados graves pelos critérios da
OMS (Organização Mundial da
Saúde) e estavam relacionados
ao uso do medicamento -duas
condições para a retirada do registro.
Desses 22 casos, ao menos 10
ocorreram no Brasil. Há outras
dezenas de ocorrências ainda
em análise. No ano passado, o
CVS (Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo) encaminhou um relatório à Anvisa
com um relato de 147 casos
suspeitos de reações graves
causadas pelo uso do medicamento, produzido pelo laboratório suíço Novartis.
A recomendação da câmara
de medicamentos ainda tem
que ser aprovada pela diretoria
colegiada da Anvisa, composta
por cinco integrantes. A tendência, em geral, é que a diretoria acolha a recomendação técnica.
A reunião dos diretores deve
ocorrer ainda em julho, após a
elaboração de um parecer pela
área de farmacovigilância da
agência.
Caso o registro seja suspenso, o medicamento deverá ser
imediatamente retirado do
mercado a partir da publicação
da decisão no "Diário Oficial"
da União.
O Prexige chegou a ser liberado em 36 países, mas hoje está autorizado em apenas sete.
O medicamento não é mais
vendido na Europa e não foi sequer liberado nos Estados Unidos. No Brasil, o remédio figura
entre as preferências para tratamento de dores agudas, osteoartrite, artrite reumatóide e
cólica menstrual.
Efeitos adversos
A Austrália proibiu a venda
em outubro do ano passado
após analisar oito casos de efeitos adversos, dos quais dois
ocorreram no Brasil.
Na época, a Anvisa disse que
iria analisar as decisões e as
suspeitas de efeitos adversos,
mas que, até aquele momento,
a relação risco-benefício do
medicamento ainda era favorável à manutenção do registro.
Procurado ontem, o diretor
de medicina da Novartis, André
Seher, afirmou que o laboratório ainda não havia sido comunicado sobre a decisão.
De acordo com Seher, o medicamento "é seguro e eficaz se
prescrito, administrado e usado conforme as recomendações da bula".
(ANGELA PINHO)
Texto Anterior: Mosteiro vai restaurar 5 volumes dos "Sermões" de padre Antonio Vieira Próximo Texto: Pai adotivo consegue na Justiça "licença-maternidade" Índice
|