|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
IRACY GAZE DURAN (1930-2008)
Caldeirão espanhol, português e italiano
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Para aquelas três famílias,
todos os caminhos levaram à
Vila Mariana, na zona sul de
São Paulo. Os Gazze, italianos, desviaram-se de Roma e
acabaram desembarcando
em terras brasileiras. Os Duran e os Rodrigues, espanhóis e portugueses, respectivamente, redescobriram a
América. E misturaram-se
todos numa família só, no
bairro paulistano.
Para a menina Iracy Gaze
Duran, filha de imigrantes
portugueses e italianos, não
foi diferente. No final dos
anos 40, então funcionária
de uma confecção, encantou-se pelo chefe, e o chefe,
Paulo Duran, da linhagem
dos espanhóis, encantou-se
por ela. Casaram-se, apesar
da diferença de idade: ele estava com 3 1, ela, com 18.
Dos 53 anos que durou a
união, nasceram dois filhos,
educados rigidamente pela
mãe. "Do meu pai, nunca
apanhei, mas a minha mãe
era muito severa", diz Francisco, o filho que se tornou
engenheiro -o outro, formado administrador, tocou os
negócios do pai.
Havia abandonado o trabalho, mas as roupas dos filhos, era ela quem fazia. Vez
ou outra, o marido recebia
encomenda de ternos, e o casal trabalhava duramente na
peça, como nos velhos tempos da confecção. Em 2002,
ficou sozinha quando o marido morreu, até que um dos filhos voltou a morar com ela.
Iracy morreu no dia 24, em
conseqüência de problemas
cardíacos, aos 78 anos, em
São Paulo. Deixou dois filhos
e seis netos.
obituario@folhasp.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Câmara quer impedir brecha que permite fumódromos Índice
|