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Sapucaí vira palco para homenagear teatro
Hoje, três das sete agremiações que desfilam farão referência à arte; das 14 escolas, a Grande Rio é a única que terá patrocínio
ANTÔNIO GOIS
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
O Sambódromo do Rio vai virar
um grande palco hoje, o primeiro
dia de desfile das escolas de samba do Grupo Especial, quando
três das sete agremiações contarão a história de grandes nomes
do teatro brasileiro ou farão homenagens a ele.
O domingo também terá a única escola com patrocínio deste
ano, a Grande Rio, que ganhou R$
2,5 milhões da Companhia Vale
do Rio Doce para falar da história
da mineração e da própria empresa. Nenhuma outra grande escola
conseguiu verbas extras neste
Carnaval, o que havia se tornado
comum nos últimos desfiles.
Enquanto a Acadêmicos de
Santa Cruz, primeira a entrar na
avenida Marquês de Sapucaí,
conta a história universal do teatro, a Unidos do Viradouro homenageia Bibi Ferreira. A Portela
fecha o desfile de domingo apresentando os teatros de revista da
Cinelândia. Os carnavalescos não
se preocupam com a coincidência
dos enredos. "Cada uma vai falar
de um aspecto diferente dessa arte", diz Alexandre Louzada, da
Portela. Mauro Quintaes, da Viradouro, conta que, no desfile da
sua escola, o teatro será apenas o
pano de fundo para falar da vida
de Bibi Ferreira.
Segunda escola a desfilar, a Salgueiro vai aproveitar seu 50º aniversário para contar a própria história na avenida com o enredo
"Salgueiro, Minha Paixão, Minha
Raiz, 50 Anos de Glória".
A escola de Joãozinho Trinta, a
Grande Rio, entra em seguida
contando a história da mineração
e da Companhia Vale do Rio Doce. O carnavalesco garante que o
patrocínio não atrapalhará o desfile e que não haverá publicidade
no sambódromo. "Tivemos cuidado para que o patrocínio não
interferisse no enredo."
Uma das grandes atrações da
apresentação será um grupo de 14
acrobatas, seminus, que vai formar esculturas com peças de metal para falar da origem do mundo. Mas a maior surpresa do desfile, segundo Joãozinho Trinta, estará no sétimo carro alegórico,
que irá representar o futuro.
A Caprichosos de Pilares será a
penúltima a desfilar no domingo.
Mesmo sendo seu enredo, "Zumbi, a História que Não Foi Contada", uma homenagem a Zumbi
dos Palmares, a escola usará sua
última ala para prestar uma homenagem ao jornalista Tim Lopes, brutalmente assassinado por
traficantes de drogas em junho do
ano passado.
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