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Aluno é mantido na aula, sem socorro, após quebrar punhos
Felipe, 12, disse que a professora não permitiu que ele telefonasse para os pais
O menino, que também fraturou o pé esquerdo, se acidentou durante aula em escola municipal; secretaria diz que o caso será apurado
ESTÊVÃO BERTONI
DA REDAÇÃO
A família de um estudante de
12 anos acusa uma escola municipal de manter o garoto na sala
de aula por cerca de uma hora e
meia, sem socorro, após ele fraturar os ossos dos punhos e do
pé esquerdo durante a aula de
educação física.
Os pais de Felipe Santana
Gonçalves da Conceição dizem
ainda que, finda a aula, o garoto
teve de voltar para casa andando, com a ajuda de amigos.
Em nota oficial, a Secretaria
Municipal da Educação disse
que a professora colocou gelo
nas mãos do menino e o mandou para a aula porque não havia sinais aparentes de fratura.
O caso, segundo a secretaria,
será apurado.
Felipe afirma que não teve
autorização para sair e ligar para os pais. Segundo o aluno, a
professora chegou a dizer que
ele estava com "frescura".
O caso aconteceu na escola
municipal José Olympio Pereira Filho, em Cohab Adventista,
na zona sul de São Paulo, no último dia 20. A família do estudante diz que, no dia, não foi
avisada sobre o acidente.
Felipe, que está há mais de
uma semana sem freqüentar as
aulas, com as mãos e o pé engessados, mora a cerca de uma
quadra da escola.
O garoto contou que, por volta das 13h30, apostava corrida
na quadra da escola com mais
quatro colegas. Ele e mais duas
crianças caíram perto da parede e se machucaram.
Chorando e com o nariz sangrando, foi levado para a sala de
aula. Segundo ele, a professora
continuou dando a aula normalmente, e a única ajuda que
recebeu foi da merendeira da
escola, que levou gelo para ele.
O aluno só foi liberado às 15h,
quando as aulas acabaram, sem
ter feito a prova de geografia e
história, marcada para aquele
dia. "Eu disse que não conseguia mexer as mãos, mas a professora falou que era frescura,
que era para esperar até o final
da aula", afirma o menino.
Felipe só foi encaminhado ao
hospital por volta das 20h,
quando o pai voltou do trabalho. "Meu filho chegou em casa,
chorando, com muita dor. Tentei arrumar um carro com os vizinhos para levá-lo ao hospital,
mas não consegui", afirma a
mãe de Felipe, a dona-de-casa
Juliana Melo Santana, 29.
"Ainda fui ao colégio às 14h
porque era o dia em que distribuíram leite para os pais. Encontrei vários funcionários e
ninguém me falou nada sobre o
que tinha acontecido", conta.
Juliana diz que não viu o filho na aula de educação física,
mas não se preocupou pois
achou que ele tivesse sido dispensado devido à bronquite.
Ainda segundo a mãe, a escola
não cumpriu a promessa de enviar uma professora para dar
aulas em casa.
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