JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

O ex-presidente da Santa Casa de Belém Anselmo Bentes afirmou ontem que a superlotação da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal do hospital foi o principal motivo para a morte de ao menos 20 bebês no local desde o último dia 20.
O governo paraense, responsável pela unidade, afirma que a alta mortandade se deve a uma concentração incomum de casos graves.
"Claro [que foi a superlotação]. Todo mundo conhece isso, acontece há bastante tempo lá", disse Bentes à Folha. Segundo ele, "há ao menos dez anos" faltam leitos para recém-nascidos na Santa Casa da cidade. "Não tem onde colocar os bebês. Ou coloca lá dentro ou não vai ter tratamento."
Segundo o ex-presidente, que entregou o cargo no sábado à noite com toda a diretoria do hospital, não faltava dinheiro para a compra de equipamentos e materiais.
Há quatro investigações sobre o caso. Uma delas é feita por comissão multiprofissional de médicos e engenheiros, nomeada pela Secretaria da Saúde do Pará para gerenciar o hospital interinamente.
A Polícia Civil também tem um inquérito criminal para apurar possíveis culpados. Entre os crimes que podem ser imputados estão o de homicídio culposo (sem intenção).
A Secretaria da Saúde do Pará informou na noite de ontem que não iria comentar as declarações do ex-presidente da Santa Casa.


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