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RÚBIA MARIA MELO SILVEIRA (1951-2008)
A avaliação "não era básica" na Capes
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Por trás das dezenas de páginas dos relatórios de avaliação escondia-se o sorriso
pródigo, as roupas coloridas
e os anéis de pedras grandes
que tão bem "refletiam a personalidade" de Rúbia Silveira, vice-diretora de avaliação
da Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior). "Não era
básica", diz a amiga -"jamais
chegaria em um ambiente
sem ser notada, não só pela
beleza, mas por sua alegria."
Filha do dono de um curtume de Belo Horizonte, lá
nasceu e cresceu, moça católica e recatada. Aos 16 saiu de
casa para se casar com um
oficial militar, quando mal
começava o curso para professora. Só depois de mãe
(teria três filhos e uma neta),
formou-se em pedagogia.
Deu aulas seguindo a profissão militar do marido, de
Roraima a Santa Catarina,
até que se fixaram e ela quis
investir na carreira. Fez mestrado em educação e começou na Capes como assessora
da diretoria (ficaria por lá
mais de duas décadas).
Passou ainda por muitos
cargos até chegar à vice-diretoria de avaliação -responsável por recomendar, ou
não, cursos de pós-graduação em todo o país, suscitando amores e ódios e "mexendo com o ego das pessoas".
"Sua arte era receber", diz
a amiga, habitué das festas e
reuniões que dava em casa,
para mais de 50 pessoas, com
Chico Buarque de fundo e ela
encetando conversas com
um e com outro -na boca o
sorriso de sempre. Morreu
dia 23, de derrame, aos 56.
obituario@folhasp.com.br
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