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Metrô de SP vai alugar bicicleta em 8 estações
Cidade tem hoje, entretanto, só 4,5 km de ciclovias; serviço, que será gratuito nos primeiros 30 minutos, começa no fim do mês
Piloto será implantado em estações do centro e das zonas leste e sul; falta de ciclovias e risco de acidentes são as principais críticas
Danilo Verpa - 28.ago.08/Folha Imagem
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Bicicletário instalado na estação de metrô Guilhermina Esperança, na região leste da capital
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO
A partir do fim do mês, será
possível alugar bicicletas em
estações do metrô de São Paulo. O projeto-piloto será implantado no centro e nas zonas
leste e sul. O uso é gratuito por
30 minutos -depois, custa R$ 2
a hora e R$ 50 a diária.
Há quem critique, porém, a
carência de infra-estrutura da
cidade para a circulação de ciclistas, pela falta de ciclovias e
de estacionamentos, além dos
riscos de acidentes.
Hoje, enquanto carros utilizam 17 mil km de ruas e avenidas, existem só 4,5 km de ciclovias fora de parques -e elas não
ligam pontos importantes.
O projeto, criado para desestimular o uso de carro e desafogar o metrô, foi elaborado pelo
Metrô em parceria com a Secretaria Municipal do Verde e
do Meio Ambiente. A inspiração veio do serviço municipal
de bicicletas de Paris, que começou em 2007 já com a oferta
de 10 mil bicicletas e a promessa de dobrar esse número.
Em São Paulo, serão oferecidas 80 bicicletas, dez em cada
estação, nas zonas sul (Vila Mariana), leste (Carrão, Corinthians-Itaquera e Guilhermina
Esperança) e centro (Sé, Paraíso, Anhangabaú, Marechal
Deodoro). Outras oito estações
terão paraciclos (estruturas para acorrentar bicicletas).
O aluguel não está vinculado
à utilização do metrô. Após o
uso, a bicicleta poderá ser colocada nos paraciclos de qualquer
uma das oito estações. Para retirar a bicicleta, o interessado
terá de preencher uma ficha e
deixar uma cópia do cartão de
crédito como garantia. O pagamento é debitado no cartão.
O projeto deve durar 60 dias.
Se aprovada, a idéia deve ser expandida a outras sete estações.
A oferta das bicicletas e a instalação de estruturas ficará inicialmente a cargo da seguradora Porto Seguro -em troca da
visibilidade da marca em bicicletas e estacionamentos-,
mas outras empresas devem
ser aceitas. O gerenciamento
será feito pela ONG Instituto
Parada Vital, e serão chamadas
outras entidades.
O secretário dos Transportes
Metropolitanos, José Luiz Portella, admite as deficiências para a circulação de bicicletas,
mas alega que a medida ajudará
a "promover a discussão". "A
pressão [por infra-estrutura
aos ciclistas] vai aumentar."
Para o presidente da Federação Paulista de Ciclismo, Marcos Mazzaron, a proposta é
uma ação eleitoral, pois faltam
ciclovias e bicicletários (estacionamentos de bicicletas). "É
prematuro implantar qualquer
coisa com bicicleta sem uma infra-estrutura, pois vai expor as
pessoas a acidentes."
Em 2006, no último levantamento, 85 ciclistas morreram
na cidade. O secretário do Verde, Eduardo Jorge, que também admite a carência, disse
que neste ano irá inaugurar 12
km de ciclovia na Radial Leste,
em um total de 25 km em construção. "Para quem tem zero de
ciclovias, os 25 km são paradigmáticos", diz o secretário.
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