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Lei "é dura, porém importante", diz Marzagão
Secretário da Segurança defende medida um dia após delegado classificar restrição do limite de bebida ao volante de "malfeita"
Para Ronaldo Marzagão, aumento do número de mortes no trânsito precisa ser combatido pela polícia como manda a nova legislação
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após o delegado Tabajara Novazzi Pinto, diretor
da Academia de Polícia de São
Paulo, ter dito que a lei seca que
prevê até prisão para motoristas alcoolizados é malfeita e inconstitucional, o secretário da
Segurança Pública do Estado,
Ronaldo Marzagão, afirmou
ontem que ela é "dura, porém
importante" para diminuir as
mortes no trânsito.
"Em São Paulo, o número de
pessoas mortas em acidentes
de trânsito está bem próximo
ao número de vítimas de homicídios dolosos. Isso precisa ser
combatido e, por isso, a polícia
irá cumprir o que manda a legislação", disse Marzagão.
Para não dar margem a dúvidas e interpretações difusas sobre o texto da lei federal 11.705,
de embriaguez ao volante, um
manual com 15 recomendações
foi elaborado a partir de reuniões com as polícias Civil e Militar e membros da Justiça, do
Ministério Público e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil),
para ajudar autoridades policiais a entender como aplicá-la.
O objetivo, diz Novazzi Pinto,
é unificar e padronizar as ações
das polícias sobre a nova regra.
O documento será analisado
pela Delegacia Geral de Polícia
Civil e pelo secretário, antes da
divulgação. Desde que a lei entrou em vigor, em 19 de junho,
cada delegado tem agido segundo a sua interpretação.
Alguns seguem o que determina a lei, prendendo motoristas flagrados com dosagem alcoólica acima da permitida
-0,3 mg de álcool por litro de
ar expelido no bafômetro da
PM ou 6 dg de álcool por litro
de sangue no exame do IML- e
estipulando fianças de R$ 300 a
R$ 1.200. Outros, simplesmente liberam o suspeito.
O teste do bafômetro da PM e
o exame de dosagem alcoólica,
por meio da coleta de sangue no
IML, são, de acordo com o secretário, as primeiras ações a
serem adotadas pela polícia em
relação a uma pessoa detida por
suspeita de dirigir alcoolizada.
Se o motorista recusar os testes, será feito exame clínico para constatação de embriaguez
no Instituto Médico Legal. Anteontem, Novazzi Pinto havia
dito que qualquer pessoa tem o
direito assegurado de não produzir provas contra si mesmo.
Mas ontem, disse que suspeitos
embriagados serão presos. "Para ser solto, basta pagar fiança."
Marzagão afirmou que "toda
lei se presume constitucional.
Se, eventualmente, houver pronunciamento em contrário do
Judiciário, à polícia caberá acatá-lo. Por ora, cumpre-se a lei."
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