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Testemunhas afirmam que prédio dos Nardoni não era seguro
Catorze das 31 testemunhas de defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Jatobá depuseram ontem; a maioria disse que eles se preocupavam com Isabella
DA REPORTAGEM LOCAL
Catorze das 31 testemunhas
arroladas pela defesa do casal
Alexandre Alves Nardoni, 29, e
Anna Carolina Jatobá, 24, réus
no processo pela morte de Isabella Nardoni, 5, em 29 de março, foram interrogadas ontem
pelo juiz Maurício Fossen, no
2º Tribunal do Júri, em Santana (zona norte de São Paulo).
A maior parte dos depoimentos teve como base três aspectos: 1) possível falta de segurança no edifício London, onde
Isabella foi morta, o que teria
facilitado a entrada de uma terceira pessoa -para a defesa, um
gesseiro que prestava serviço
para a família; 2) que o casal vivia em harmonia; 3) que ambos
eram muito preocupados com a
felicidade de Isabella.
O repórter Rogério Pagnan,
da Folha, foi a primeira das 14
testemunhas a depor ontem.
Ele foi arrolado pelos defensores do casal porque, em reportagem sobre o assassinato de
Isabella, gravou entrevista com
o pedreiro Gabriel Santos Neto, responsável por uma obra
em um sobrado nos fundos do
edifício London, que disse que
o local havia sido invadido no
fim de semana do crime.
À polícia, dias depois da entrevista a Pagnan, Santos negou ter prestado as declarações
sobre a invasão da obra.
A maior parte das testemunhas era ligada à família Nardoni. Uma delas era Nathalia
Severino, amiga de Cristiane
Nardoni, irmã de Alexandre.
Ela confirmou o depoimento
de Anna Jatobá sobre a perda
das chaves do apartamento em
fevereiro -reforçando a tese
de que uma terceira pessoa entrou no apartamento.
Também prestou depoimento um tio de Nardoni, Thiago
César Decanini Cassará, que
disse ter dado para o casal a cadeira de bebê onde, segundo a
polícia, foi encontrado sangue
de Isabella. Testemunhas também afirmaram que o gesseiro
que prestava serviços para a família disse que iria ao apartamento dos Nardoni no dia do
crime e depois desapareceu.
O promotor Francisco Cembranelli classificou os depoimentos como tentativa de desviar o foco da apuração. "Atira-se para todos os lados para tentar acertar alguma coisa."
Hoje, outras 17 testemunhas
deverão ser interrogadas.
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