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"Não me chamem de "das Dores'", diz publicitária
DA REVISTA
"Desde pequena, uma sina
me persegue. Pais, avós, tios,
irmãos, todos afirmam veemente que sou hipocondríaca. Eu nego. Poliqueixoso é
um termo que já ouvi falar,
mas também não me vejo
como tal.
Meus pais contam que na
maternidade eu não chorava
nem dormia. Do primeiro
mal, fui curada, hoje choro
por qualquer coisa, mas dormir, ainda não consigo. Como consequência da falta de
sono e de um sério e recorrente problema no intestino,
uma sucessão de doenças e
dores foi desencadeada.
Dores nas costas e de cabeça, problemas digestivos e
circulatórios. Sem contar as
doenças da vida moderna:
tendinite, estresse, síndrome
do refluxo gástrico. Como
principal vilão, o fator emocional, agindo como o grande elemento de união entre
os problemas de nascença e
os males da atualidade.
Acrescente a tudo isso o
histórico familiar de ter tido
um avô farmacêutico e a curiosidade nata de uma menina que adora pesquisar as
coisas e acabou criando o
hábito de ler rótulos e bulas.
A leitura desses materiais era
o melhor divertimento em
meus castigos, trancada no
banheiro.
É bem verdade que me orgulho em dizer que amo fazer visitas à minha gastro,
que me acompanha há anos.
Minhas consultas duram em
média duas horas.
Além da caixa de remédios
da família, tenho os oito
comprimidos que tomo todo dia na primeira gaveta, alguns ao lado do filtro da cozinha, o pronto-socorro em
um saquinho na bolsa e os
que posso precisar durante a
noite. Tenho 25 anos e agora
tudo começa a piorar."
Renata*, 25, publicitária
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