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Com um ano e
oito meses, morre menina anencéfala
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
A menina Marcela de Jesus
Ferreira, de um ano e oito meses, morreu na noite de anteontem na Santa Casa de Franca
(398 km de São Paulo), de parada cardiorrespiratória provocada por uma pneumonia.
Marcela, que era anencéfala,
superou todas as expectativas
de previsão sobre sua vida feita
por médicos -em geral, os bebês anencéfalos morrem logo
após o parto-e se tornou símbolo de grupos religiosos.
Segundo a mãe, Cacilda Galente Ferreira, 37, a menina vomitou na manhã de sexta-feira
e foi levada ao pronto-socorro
de Patrocínio Paulista (411 km
da capital), onde ela vivia com a
família. No mesmo dia, foi
transferida para a Santa Casa
de Franca e morreu à noite.
"Ela cumpriu seu dever na
Terra. A mensagem da Marcela
é que as pessoas precisam ter
mais fé porque ela superou todas as expectativas feita pelos
médicos", afirmou a mãe.
Questionada se estava triste,
Cacilda respondeu que se sentia "com o dever cumprido".
"Cuidei dela até o último momento. Enquanto ela esteve viva, minha vida foi estar 24 horas ao lado dela", relatou.
O pai de Marcela, o agricultor
Dionísio Justino Ferreira, 48,
conta que jamais vai esquecer
as mãos da filha. "As mãos eram
lindas. Nunca vi coisa igual."
A vida de Marcela virou controvérsia no meio médico porque alguns especialistas diziam
que a anencefalia dela não era
do tipo clássico -o que justificaria sua sobrevida-, mas duas
ressonâncias magnéticas
-uma aos dois meses de idade
e outra com um ano-, comprovaram que ela era anencéfala.
Marcela completaria dois
anos em 20 de novembro. O enterro ocorreu ontem.
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