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SP e RJ discutem construir rodovia paralela à Dutra
Idéia foi sugerida pelo governador José Serra ao colega fluminense, Sérgio Cabral Filho
Para o governo paulista, via desafogará a Dutra e servirá de opção para chegar a cidades de intenso turismo religioso, como Aparecida
DA REPORTAGEM LOCAL
DE LONDRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Os governos de São Paulo e
do Rio realizam até a próxima
semana a primeira reunião para discutir o projeto conjunto
para construir uma rodovia entre as capitais dos dois Estados,
com traçado paralelo à via Dutra (BR-116).
A idéia da nova estrada, com
custo estimado em R$ 3,1 bilhões, foi encaminhada pelo governador paulista, José Serra
(PSDB), ao colega fluminense,
Sérgio Cabral Filho (PMDB).
Cada um arcaria com pouco
mais de 130 km. "A gente tem
que pensar no futuro. Aqui em
São Paulo tinha a Anhangüera e
fizeram a Bandeirantes. Hoje,
as duas estão lotadas", disse o
governador paulista.
Cabral afirmou ontem que só
foi informado na semana passada da proposta de Serra e disse que ela é "bem-vinda". "Ele
me ligou e falou: "Sérgio, o que
você acha de uma nova rodovia
ligando São Paulo ao Rio?'",
contou. Mesmo fazendo elogios à iniciativa, Cabral lembrou que existem outros projetos de ligação entre São Paulo e
o Rio e que a idéia depende de
uma análise mais detalhada.
"Qualquer proposta que aumente a ligação e fortaleça essas duas regiões tão importantes é bem-vinda. Só temos de
analisar custo, viabilidade financeira. Tem também o projeto do trem-bala Rio-São Paulo",
afirmou, em Londres.
Serra disse não ver incompatibilidade entre os projetos.
"Não competem. Trem-bala é
trem rápido, muito rápido. Não
vai ficar parando em todo lugar
nem dar conta de todo o transporte de carga, por exemplo."
Encontro
Apesar de haver um acerto
somente preliminar, o secretário dos Transportes paulista,
Mauro Arce, se reúne até a próxima semana com o secretário
de Obras do Rio, o vice-governador Luiz Fernando Pezão,
que foi incumbido por Cabral
de analisar a viabilidade financeira da iniciativa.
Pezão ressaltou que, no momento, há projetos mais urgentes na própria Dutra, como pistas marginais, mas disse acreditar que um novo acesso será
importante em curto prazo.
O primeiro encontro, afirma
Arce, servirá para trocar dados
sobre o tráfego e amadurecer a
idéia. Segundo ele, o tronco
paulista desafogará a Dutra e
servirá de opção para chegar ao
chamado "fundo" do Vale do
Paraíba, que concentra cidades
de intenso turismo religioso,
como Aparecida, Cachoeira
Paulista e Guaratinguetá.
O ramal partiria do novo prolongamento da rodovia Carvalho Pinto, de 8 km, em Taubaté,
na junção com a Oswaldo Cruz
(SP-125). Esse trecho será feito
pela concessionária que assumir o sistema Ayrton Senna.
Arce comparou o projeto da
estrada ao da nova Imigrantes.
"Será uma rodovia mais moderna, de traçado menos tortuoso na serra e que passará em
uma área de alto desenvolvimento econômico", diz.
O secretário afirma que, mesmo que a ligação não saia do papel em médio prazo, o governo
de São Paulo já está convencido
da necessidade de levar a Carvalho Pinto pelo menos até
Aparecida em um prazo mais
curto. Serra não quis falar em
prazos. "É uma idéia muito embrionária ainda."
NovaDutra
Procurada para comentar a
proposta, a concessionária NovaDutra, que administra a via
Dutra, negou em nota que a rodovia esteja saturada e disse
não considerar necessária outra rodovia no Vale do Paraíba.
Hoje, a Dutra recebe diariamente uma média de 220 mil
veículos entre São Paulo e Arujá, 140 mil veículos entre o Rio e
Nova Iguaçu e 80 mil entre São
José dos Campos e Taubaté.
(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO, ROGÉRIO PAGNAN, PEDRO DIAS LEITE e CAIO JOBIM)
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