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Família ocupa área na zona leste há 32 anos
DO "AGORA"
Em 1970, José Fróes chegou
com a família à zona leste de São
Paulo para trabalhar na olaria do
amigo João Trimiano. Fróes morreu em 1988, aos 71 anos, mas seus
sete filhos continuaram por lá.
O oleiro não poderia imaginar,
porém, que 14 anos depois seus
"herdeiros" estariam vivendo na
área de um piscinão.
O terreno, que era do proprietário da olaria, passou em 1985 para
um novo dono, que os irmãos conhecem por Peres. A olaria fechou e todos ficaram desempregados. Quase 15 anos depois, a
área seria desapropriada para a
construção do piscinão Aricanduva 1, inaugurado em 2000.
Os irmãos ficaram, então, cercados. Parte de suas casas está dentro do terreno de Peres. A outra,
na área do piscinão. A pequena aldeia da família Fróes atravessa os
portões. "Vivemos dentro de um
piscinão", diz Nilzete Fróes, 45,
uma das filhas de José.
Ela conta que a construção do
reservatório "acabou com a paz"
em sua vida e na dos irmãos. "O
proprietário não nos deixa construir as casas fora do piscinão. E
sempre tem alguém da prefeitura
dizendo que nós temos de sair."
Risco
A Subprefeitura de São Mateus,
responsável pela área onde estão
o piscinão e a aldeia da família, diz
que ainda não sabe se os Fróes vivem em área de risco. De acordo
com o chefe de gabinete da subprefeitura, Hécio Peres Filho, dois
técnicos estão fazendo estudos
sobre áreas de risco na área, "mas
o trabalho não foi concluído".
Peres Filho diz ainda que o local
onde vivem as famílias não foi desapropriado, apesar de estar dentro do piscinão -é "remanescente da desapropriação". Ou seja,
não interessa à prefeitura, pois
não afeta o funcionamento do reservatório, nem ao proprietário.
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