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Criminosos mantêm família refém por 4 horas em Carapicuíba
Sete pessoas foram rendidas por três ladrões, presos após vizinhos alertarem polícia
JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO
Sete pessoas de uma família
foram mantidas reféns durante
tentativa de assalto ontem de
manhã em Carapicuíba, na
Grande São Paulo. O crime durou quatro horas. Elas foram
ameaçadas com uma faca de cozinha. Ninguém se feriu.
Três homens foram presos. A
polícia trabalha com a hipótese
de que eles integram uma quadrilha de roubos no município.
Mesmo vítima do quarto assalto em cinco anos, a família
não pretende se mudar, segundo Paulo Tadashi, 41, um dos
reféns. O assalto ocorreu na casa do irmão dele, no mesmo
terreno onde fica o supermercado da família.
Por volta das 6h30, como fazia todos os dias, Tadashi entrava de carro no imóvel, acompanhado de sua mulher e a filha
de oito anos. Dentro da casa estava o irmão, sua cunhada e
suas duas sobrinhas, de 16 e 17
anos -a família pediu que seus
nomes não fossem divulgados.
Enquanto o portão eletrônico se fechava, três homens encapuzados renderam-no com
uma espingarda carabina.
Um dos criminosos ficou de
fora, com a arma, vigiando a casa, enquanto os outros entraram com a família de Tadashi e
renderam os demais parentes.
Os bandidos queriam dinheiro.
Vizinhos viram a movimentação e chamaram a polícia, que
logo prendeu Aerton Barretos
dos Santos, 29, do lado de fora
com a espingarda.
"O momento de mais medo
foi quando eles perceberam a
chegada da polícia e quando começou a negociação. Um deles
pedia a presença da imprensa,
rápido, se não cortaria a minha
orelha", disse Tadashi.
Os acusados se acalmaram
com a chegada dos repórteres.
Eles chegaram a sujar a faca
com ketchup, simulando sangue. Da janela, gritavam aos policiais que só queriam dinheiro.
Às 9h, a menina e uma das
adolescentes foram libertadas.
Uma hora depois, soltaram as
duas mulheres. Somente com a
presença de dois advogados,
como pediram, Caique Ferreira
Maya, 21, e Andrei Domingos
de Oliveira, 29, se renderam.
Outras vítimas
O irmão de Tadashi suspeita
que um dos criminosos já o assaltou há um ano. Os três ladrões vão responder por roubo
com arma de fogo, mantendo
vítimas sob cárcere. A pena é de
quatro a dez anos de prisão, que
pode aumentar para até 15.
Segundo o delegado-assistente do 1º DP , Marco Antonio
Gameiro, a polícia convocará
outras vítimas de assaltos para
tentar reconhecer os acusados.
Os três suspeitos, segundo a
polícia, confessaram o crime.
Eles não tinham advogado até a
tarde de ontem -os dois advogados que se apresentaram no
local apenas se envolveram para garantir a rendição.
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