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86% dos moradores de SP e do Rio aprovam a lei seca
A reprovação à restrição foi apontada por 11% em São Paulo e 12% no Rio; a nova regra entrou em vigor em 20 de junho
A aprovação é maior entre os que não bebem (91%) do que entre os que declaram beber de vez em quando (79%), aponta Datafolha
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A maioria dos moradores de
São Paulo e do Rio aprova a lei
que proíbe os motoristas de dirigir depois de beber. Em São
Paulo e no Rio, o índice de
aprovação é o mesmo: 86%.
Dizem-se contra a lei, em São
Paulo, 11%; no Rio, 12%. São indiferentes 2% em cada cidade.
A chamada lei seca, que entrou em vigor em 20 de junho,
prevê limite de dois decigramas
de álcool por litro de sangue (ou
0,3 mg de álcool por litro de ar
expelido no bafômetro). Isso
equivale a 1 copo de chope.
Acima disso, o motorista é
multado em R$ 955, recebe sete pontos na carteira, perde o
direito de dirigir por um ano e o
carro é apreendido. A partir de
seis decigramas (ou 0,3 mg/l,
no caso do bafômetro, o equivalente a dois copos de chope), a
infração passa a ser crime, e o
motorista pode ser preso.
Esses limites praticamente
inviabilizam ao motorista sair
de casa para beber e depois voltar dirigindo. Mas a pesquisa
Datafolha aponta que isso não
importa. Até os motoristas que
costumam beber fora de casa
são favoráveis à restrição.
A aprovação é maior entre os
pesquisados que não bebem
(91%) do que entre os que declararam tomar bebidas alcoólicas mesmo que de vez em
quando (79%).
A aprovação cresce à medida
que a freqüência da bebida fora
de casa diminui. Para os entrevistados que disseram beber
em bares e restaurantes de 5 a 7
vezes por semana, a aprovação
é de 63%, e a reprovação, de
33%. Entre aqueles que bebem
fora de casa menos de uma vez
por mês, são favoráveis à medida 84% e 16% se declaram contrários à nova lei.
Os evangélicos são mais rigorosos: 90% dos evangélicos
pentecostais e 91% dos não-pentecostais se dizem favoráveis à lei e 8% são contrários
nos dois casos. Entre os católicos, a aprovação é de 85%.
A pesquisa foi realizada quinta e sexta-feira com 1.085 eleitores maiores de 16 anos em
São Paulo (margem de erro de
três pontos percentuais para
mais ou para menos) e 812 no
Rio (margem de erro de quatro
pontos percentuais).
Para 92% dos entrevistados,
a lei será boa ou ótima para reduzir o número de acidentes de
trânsito e 86% dizem que será
boa ou ótima para a cidade.
Os mais céticos em relação
aos efeitos da lei são justamente os motoristas que costumam
beber fora de casa (teoricamente, são esses que admitem dirigir alcoolizados).
Em São Paulo, 29% desses
entrevistados declararam que a
lei será ruim ou péssima para
eles, 68% afirmam que será ótima ou boa para a cidade de um
modo geral e 80% admitem que
ajudará a reduzir o número de
acidentes de trânsito.
No Rio, a "revolta" é um pouco menor: 13% entre os que bebem fora de casa e usam carro
acham que, no seu caso pessoal,
a lei será ruim ou péssima, 81%
aprovam pelo benefício que
trará à cidade de um modo geral e 88% dizem que deve cair o
número de acidentes.
Dados oficiais divulgados na
semana passada apontam que
houve uma redução do número
de mortes nas rodovias estaduais e queda no total de atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito na capital.
No final de semana passado,
três dos 16 hospitais da cidade
de São Paulo, referências no socorro de acidentados no trânsito, registraram queda de 19%
nos atendimentos.
Informações da Polícia Rodoviária Estadual dão conta de
que houve queda de 45,5% no
número de mortos em acidentes nas estradas paulistas no
mesmo final de semana.
Os dados comparam os finais
de semana de 20, 21 e 22 de junho e 27, 28 e 29 de junho.
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