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Outro lado
Matéria-prima é testada, dizem laboratórios
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha procurou os laboratórios Cristália, Eurofarma, Hipolabor e Bérgamo, que são os
principais fabricantes brasileiros de heparina. Um estudo feito na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) encontrou problemas nessas drogas.
A Cristália diz que obtém a
matéria-prima de sua heparina
de empresas da China e que faz
um controle de qualidade em
todos os lotes.
A Eurofarma e a Hipolabor
afirmam que sua matéria-prima é nacional e que os fornecedores são aprovados e fiscalizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Além disso, afirmam que fazem
testes de qualidade.
A Bérgamo foi procurada pela Folha, mas não havia respondido às indagações até a
conclusão desta edição.
Das quatro empresas, apenas
a Eurofarma disse ter recebido
notificação de problema, sem
especificar se foi morte. "Temos uma única notificação e,
de acordo com as investigações, não há até o momento
evidência de relação direta com
a administração do produto."
A Anvisa emitiu um alerta
nesta semana sobre os riscos
da heparina. À agência já chegaram algumas notificações de
complicações, mas nenhuma
delas sobre morte.
A SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) disse que há meses tenta
alertar a Anvisa sobre os problemas e que não tem sido ouvida. A agência não quis comentar a acusação.
Os problemas ocorridos recentemente nos EUA, que levaram à morte de mais de uma
centena de pacientes, foram
provocados por heparina feita
com matéria-prima da China.
O produto é fabricado a partir
de tripas de porcos.
A Roche deixou de produzir
sua heparina no final do ano
passado, até então a mais usada
no mundo, por razões de mercado. A empresa está se concentrando em medicamentos
de maior custo e tecnologia.
A heparina existe desde os
anos 30. Um frasco, que só é
vendido para hospitais, custa
pouco mais de R$ 10.
(RW)
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