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Rio quer tirar "cemitério de navio" da Guanabara
Mapeamento localizou 50 embarcações abandonadas na baía; remoção deve começar até o fim do mês
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Um mapeamento feito pela
Secretaria Estadual de Ambiente do Rio de Janeiro localizou mais de 50 embarcações
abandonadas na baía de Guanabara, sobretudo nas águas
tranqüilas próximas à ilha da
Conceição, em Niterói.
São navios de portes variados, de barcos de pesca até um
graneleiro de 80 metros de
comprimento e 15 metros de altura. Alguns estão no local há
40 anos. Até o fim do mês, porém, o "cemitério de navios"
começará a ser desativado.
Segundo o major Rodrigo
Sanglard, da Cicca (Coordenadoria Integrada de Combate
aos Crimes Ambientais), a remoção dos barcos dará mais segurança à navegação na baía,
onde operam dezenas de estaleiros. Terá também impacto
sobre o ambiente.
A poluição visual causada pelo abandono deve diminuir, assim como os riscos de vazamento de derivados de petróleo. Segundo Sanglard, muitas
embarcações fundeadas na
baía ainda contêm vestígios de
combustível e lubrificantes em
seus interiores. A maioria foi
abandonada por estar obsoleta.
O trabalho será feito em parceria com a iniciativa privada.
Sanglard explica que a remoção
dos navios ficará sob a responsabilidade de empresas ligadas
à construção do Comperj
(Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro), que tem à frente a Petrobras.
O objetivo é compensar parte
dos danos ambientais causados
pelo empreendimento, que está sendo erguido em Itaboraí. O
valor que será investido na operação ainda não foi divulgado.
O trabalho para remover o
graneleiro, que pesa 600 toneladas, pode levar mais de um
ano. O navio terá que ser recortado e, depois, rebocado até um
dique seco. O metal que ainda
puder ser reutilizado irá para
siderúrgicas. O restante será
depositado em aterros.
Pendências jurídicas, porém,
podem atrasar a conclusão da
operação. "É possível que algumas embarcações integrem a
massa falida de antigos armadores ou estaleiros. Pediremos
informações à Capitania dos
Portos sobre a natureza jurídica de cada uma", diz Sanglard.
Segundo ele, caso existam
empecilhos para a remoção dos
navios, o Estado poderá ajuizar
ações na Justiça.
Sanglard diz que algumas
carcaças, mais antigas, ficam
praticamente cobertas pela
água durante a maré alta. Por
isso, já constam até da carta
náutica elaborada para orientar o tráfego no local.
Rebocador resgatado
Anteontem, um rebocador
do estaleiro Chanon foi retirado do fundo da baía. Com cerca
de dez metros de comprimento, a embarcação havia afundado na noite de quarta, próximo
à ilha Redonda.
Segundo o proprietário do
estaleiro, Ricardo Maia, a causa
do acidente foi uma onda mais
forte do que o normal. Ninguém ficou ferido.
Técnicos da Feema (Fundação Estadual de Engenharia do
Meio Ambiente) acompanharam o resgate do rebocador,
que estava a 13 metros de profundidade e foi içado por um
guindaste. Não houve vazamento de combustível.
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