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Auxiliar gasta 4 horas para percorrer trajeto de 25 km
JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO
O final do dia do auxiliar de
manutenção Edson Albuquerque, 44, poderia ser gasto chegando à praia em Paraty (RJ)
ou a uma cidade do interior como Ribeirão Preto. Mas as quatro horas que enfrenta todo fim
de jornada, ele percorre sem
sair da capital paulista.
As cidades citadas ficam, respectivamente, a 277 km e 313
km de São Paulo. Já a casa de
Albuquerque, na Vila Gilda,
perto do Jardim Angela (zona
sul), está a apenas 25 km do
condomínio onde trabalha,
perto da estação Imigrantes,
também na zona sul.
A explicação: o auxiliar depende do transporte público. A
ida ao trabalho, às 5h10, é mais
"tranqüila": gasta duas horas.
Usa lotação e dois ônibus, além
de dez minutos a pé.
Na volta, às 16h, começa o périplo. Apesar de colado à estação Imigrantes do metrô, prefere andar 40 minutos a pé até a
estação Santa Cruz, para economizar R$ 1,35 a mais, se usasse a integração metrô e ônibus.
Depois, toma um ônibus até o
terminal do Jardim Ângela. Em
dias normais, levaria uma hora
e 30 minutos, mas o trânsito espicha a viagem para até duas
horas e 30 minutos.
Como perde o tempo do bilhete único (limite de duas horas), já de noite, tem que andar
1 km até sua casa. "Se tivesse
metrô na estação Santa Cruz ligado à linha de Santo Amaro,
podia parar na estação Capão
Redondo que é perto de casa."
Quem vive na Grande São
Paulo também sofre. A encarregada de limpeza Andréia Máximo de Sena Augusto, 25, demora duas horas percorrer o
caminho entre sua casa, em
Osasco, até o Hospital das Clínicas (região central de SP).
Seu ônibus leva 50 minutos
para chegar à rua Teodoro
Sampaio. Depois, ela sobe toda
a rua até o HC, em uma caminhada de até 40 minutos, já que
os ônibus das cidades vizinhas
não são integrados no bilhete
único. "Se eu pegasse qualquer
ônibus para subir a Teodoro, tinha que sair do meu bolso", disse ela, que ganha R$ 430 e outros R$ 140 para o transporte.
Andréia gostaria que ao menos o ônibus fosse integrado ao
metrô na estação da própria cidade, porque poderia usar depois o metrô até o trabalho.
Colaborou JOÃO PEQUENO
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