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Governo não elevará proposta de aumento, diz secretário
Sidney Beraldo, secretário de Gestão Pública, diz que R$ 500 milhões é o limite
Para Beraldo, contraproposta feita pelos policiais civis é "irreal"; segundo secretário, "poucas vezes houve tanta abertura para o diálogo"
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o fracasso da última
tentativa de conciliação entre o
governo e os policiais grevistas,
o secretário de Gestão Pública,
Sidney Beraldo, voltou a afirmar que as propostas das entidades sindicais são irrealistas.
O secretário afirmou ainda
que o governo não elevará a sua
proposta, que é disponibilizar
R$ 500 milhões para reestruturar as carreiras policiais.
Leia abaixo trechos da entrevista dada pelo secretário ontem à Folha.
FOLHA - Qual a sua avaliação sobre
a proposta de aumento de 15% para
os policiais em 2008?
SIDNEY BERALDO - Infelizmente o
orçamento do Estado não permite isso. Em 2008, nós não temos recursos, porque o aumento que nós demos no ano passado já repercutiu neste ano. Depois de ter feito a avaliação de
orçamento de 2009, apresentamos primeiro uma proposta de
disponibilizar R$ 450 milhões
para fazer a reestruturação de
carreiras policiais. Hoje [ontem] depois de uma conversa
com a equipe econômica e com
o sacrifício de recursos de outras áreas, oferecemos mais R$
50 milhões. A contraproposta
deles continua irreal, porque
esses aumentos de 2008, 2009
e 2010, em uma conta rápida,
somam R$ 3 bilhões.
FOLHA - Os R$ 500 milhões serão
usados na reestruturação de carreiras apenas para acabar com a chamada 5ª classe na polícia [faixa salarial mais baixa da Polícia Civil]?
BERALDO - Não, a extinção da 5ª
classe tem um custo aproximado de R$ 60 milhões. Nós temos mais R$ 440 milhões para
fazer toda a reestruturação.
Agora, existe uma paridade
com a Polícia Militar. Então, as
correções salariais que forem
feitas para a Polícia Civil têm
que ser extensivas à PM e à Polícia Científica. A proposta demonstra a boa vontade do governo em valorizar essas carreiras da polícia para garantir
um bom atendimento à população. Já fizemos isso em 2007,
oneramos a folha de pagamento também em R$ 500 milhões.
FOLHA - Por que o governo não
aceitou a proposta do TRT de aumento de R$ 840 milhões?
BERALDO - Também não é possível, porque nós não temos recursos para isso. Nós chegamos
ao limite: são R$ 500 milhões
no orçamento do ano seguinte
para a valorização das carreiras
da segurança.
FOLHA - É possível negociar aumento para 2010, como os sindicatos propuseram?
BERALDO - Neste momento não
é possível, temos que fazer a
avaliação do comportamento
da economia. É uma decisão
que exige muita responsabilidade. A antecipação traria certa
insegurança na possibilidade
de cumprir o que for prometido. Para 2009, já temos previsão orçamentária garantida.
FOLHA - O que acontecerá se os policiais retomarem a paralisação ou
fizerem operação padrão?
BERALDO - Fazemos um apelo
para que não haja greve porque
isso traz um grande prejuízo ao
cidadão. Se não tiver acordo,
não vamos encaminhar os projetos [de aumento de R$ 500
milhões] para a Assembléia Legislativa.
FOLHA - Como o senhor resumiria
o resultado da audiência?
BERALDO - Lamento a intransigência das entidades, porque
poucas vezes houve tanta abertura para o diálogo.
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