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EDUCAÇÃO
Novo conceito tira 214 cursos da "lanterna"
Sem a mudança de critério adotada pelo MEC, esses cursos teriam notas 1 e 2 e seriam considerados como sem qualidade
O governo criou um novo indicador, que também leva em conta a satisfação dos estudantes no Enade e o perfil do corpo docente
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A mudança de critério adotada pelo MEC para avaliar as
universidades fez com que 214
cursos deixassem de estar nos
patamares mais baixos (notas 1
e 2), considerados pelo próprio
governo como sem condições
de qualidade para funcionar e
que sofrerão fiscalização mais
próxima do ministério.
Na outra ponta, 86 deixaram
de ser considerados "referência" (nota 5). A análise inclui as
16 áreas avaliadas pelo MEC.
A diferença ocorre porque,
neste ano, o governo federal
criou um novo indicador, o
conceito preliminar.
Ele considera o desempenho
e a evolução dos estudantes no
Enade (o antigo Provão), o perfil do corpo docente (como número de professores com dedicação integral) e a percepção
dos alunos, com base nos questionários do Enade.
Até 2007, o MEC adotava como padrão para avaliar os cursos apenas os dados referentes
à prova (conceito Enade).
Se fosse mantida essa lógica,
722 cursos ficariam com notas
1 ou 2 (42% a mais do que no
conceito preliminar).
Por outro lado, o número de
cursos com nota 5 também subiria, de 48 para 134 (180% de
acréscimo).
O presidente do Inep (instituto do MEC que realiza a avaliação), Reynaldo Fernandes,
diz que não houve intenção de
diminuir o número de cursos
com notas baixas ou no "topo".
As avaliações divulgadas pelo
MEC são utilizadas como propaganda por escolas para atrair
alunos aos seus vestibulares.
"Primeiro, desenvolvemos a
nova metodologia. Depois, vimos que isso iria ocorrer", afirmou. "Quisemos tornar a avaliação mais completa. Agora,
para ter nota 5, é preciso ir bem
em tudo. E, para ir mal, também precisa ir mal em tudo."
Metodologia
O conceito Enade, que faz
parte do conceito preliminar,
avalia o conhecimento dos universitários. Ele é calculado a
partir do resultado dos alunos
na prova de conhecimento geral, aplicada a todos os cursos, e
na prova de conhecimentos específicos de cada área.
Ele tem a pretensão de mostrar o curso que forma os melhores profissionais.
Resolvem a prova tanto os
calouros quanto os formandos
dos cursos, por amostragem.
Outro índice é o IDD (Indicador de Diferença de Desempenho), que mede o conhecimento agregado pelos cursos aos estudantes. Ele é calculado a partir da diferença entre o desempenho dos formandos de 2007
e o dos ingressantes de 2004.
Nesta edição do exame, a novidade é o CPC (Conceito Preliminar de Curso), calculado a
partir do conceito Enade, do
IDD e dos chamados insumos
do curso -recursos pedagógicos, infra-estrutura e qualificação do corpo docente.
Parte da nota do item "insumos" é calculada a partir de
avaliações dos próprios alunos
sobre as aulas práticas e os planos de ensino das disciplinas.
O conceito será final apenas
após a visita da comissão do
MEC (que será obrigatória aos
cursos notas 1 e 2 e optativa para os demais). Os cursos são
avaliados a cada três anos.
(FT)
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