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Líderes em propaganda, Unip e Uniban estão entre as mais mal avaliadas em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas das universidades particulares que mais investem em
propaganda em São Paulo,
Unip e Uniban, estão entre as
que mais tiveram cursos mal
avaliados, com nota 2. Segundo
o Ministério da Educação, esses cursos não têm condições
de continuar funcionando.
A Unip, que teve 13 cursos
com nota 2 (educação física,
nutrição, enfermagem e farmácia, em diversos campi), diz que
"o fato de a nota do Enade não
constar do histórico escolar do
estudante faz que haja a possibilidade de ele não se empenhar na resolução da prova".
Para a instituição, "somente
após a verificação das reais
condições de funcionamento
do curso é que se poderá chegar
ao diagnóstico final".
Já a Uniban, que teve 11 cursos com nota 2 (nutrição, biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia e odontologia,
em diversos campi), diz que "os
alunos concluintes obtiveram,
nos cursos analisados, desempenho acima do esperado".
De acordo com a Uniban, os
dados do Inep-MEC não levam
em consideração o conceito do
CPP (Conceito Preliminar de
Curso), que exige para a composição da média final a nota
atribuída do seu corpo docente,
da infra-estrutura e da condição socioeconômica do aluno e
representa 30% da nota final. A
Folha, porém, usou esse conceito na análise do resultado.
A Esefap, que teve no curso
de educação física a avaliação
mais baixa do Enade no Estado
de São Paulo (nota 1), diz acreditar "que ainda seja muito cedo para uma resposta mais clara das instituições de ensino
cujos cursos não obtiveram
boas notas", mas que os números do MEC são "frios".
"O perfil do nosso alunado é
de trabalhador e 60% dos estudantes vêm de cidades vizinhas. Vêm e voltam de ônibus
todos os dias", afirma Robinson
Ricci, diretor-geral da Esefap.
A PUC de São Paulo, que teve
o curso de serviço social com
nota 2, diz que atribui esse resultado "ao boicote dos alunos
ao exame". Em Campinas, a
PUC diz "ter tomado conhecimento do resultado do Enade,
mas que só se pronunciará sobre o assunto amanhã [hoje]".
A universidade obteve nota 2
para o curso de serviço social.
Em Ribeirão Preto, a Unaerp,
que teve nota 2 para o curso de
medicina, afirma que "a nota
obtida pelos alunos representa
uma única etapa da avaliação".
"A participação descompromissada desses alunos em um
exame com fragilidades metodológicas compromete a instituição", diz, em nota, Luiz Carlos Alves de Sousa, coordenador do curso de medicina.
(VQG)
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