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"Haja paternalismo estatal", afirma Serra
Para governador de SP, apoio do Estado é educacional; Secretaria Estadual da Saúde diz que responsabilidade é do município
DA REPORTAGEM LOCAL
"Haja paternalismo estatal".
Foi assim que o governador de
São Paulo, José Serra (PSDB),
ex-ministro da Saúde, rebateu
às críticas de querer criar lei para restrição do uso do tabaco e
não ampliar programas de ajuda ao fumante.
Segundo o governador, em
entrevista na última terça-feira, o apoio do Estado é basicamente "educacional" para "demonstrar os males que isso
faz". "Porque os remédios para
fumantes não estão no SUS,
que são caríssimos. E também
não é uma coisa 100%. Se tivesse uma vacina, ou alguma coisa
que imediatamente liberasse
do cigarro, certamente estaria".
Serra disse que pretende
criar campanhas educativas na
TV para educar, principalmente os jovens. "A gente faz educacional sempre. Eu mesmo, no
Ministério da Saúde, proibi a
propaganda, que era propaganda enganosa. Introduzimos as
fotos nos maços de cigarros como advertência. E o fumo caiu
no Brasil. Agora, precisa continuar essas medidas", afirmou.
A Secretaria de Estado da
Saúde informou que o atendimento ao fumante é, pela convenção do SUS, responsabilidade do município. Em São Paulo,
o Cratod trabalha nessa recuperação direta e também na capacitação de profissionais que
atuam em todo Estado.
A diretora do centro, Luizemir Wolney Lago, diz que desde 2005 cerca de 1.000 profissionais foram capacitados e 141
municípios estão "envolvidos"
na implantação de programas.
A meta é chegar a 80% das 645
cidades até 2011.
"Você não pode obrigar o fumante a parar de fumar. Como
você não pode obrigar o prefeito a fazer o programa. Eu sei
que estou fazendo um trabalho
enorme, estou tendo todo
apoio do governo do Estado.
Ninguém fez isso", afirmou ela.
De acordo com Luizemir, o
principal problema na ampliação do atendimento é a distribuição de remédios pelo governo federal. "O problema da medicação é muito sério. Para
atender as pessoas você precisa
tem que ter o remédio", disse.
"O Ministério da Saúde ainda
não encontrou uma forma de
fazer uma distribuição adequada do medicamento. As listas
de espera enormes, não só a
nossa. Em todo lugar", afirmou.
O Ministério da Saúde não
comentou a suposta falta de remédios. Ele informou que o
responsável pelo assunto, Dirceu Barbano, não foi encontrado anteontem -ele estava no
interior de São Paulo.
O governo federal informou
que entre 2006 e 2008 já gastou mais de R$ 21 milhões em
remédios e que "inicia novo
programa para aquisição de
mais". O governo diz ainda que
"não tem como atender diretamente a população" e, por isso,
repassa recursos às cidades.
A Secretaria Municipal de
Saúde de São Paulo não indicou
ninguém para comentar o assunto. Disse, por meio de nota,
que no passado atendeu 1.200
pacientes. Não informa, porém,
se há problemas com filas.
A pasta diz que ter 16 pontos
de atendimento, mas inclui na
lista a unidade em Pinheiros
que os funcionários dizem não
existir programa. O Cratod, que
credencia as unidades, diz que
o município tem menos de dez
autorizadas a trabalhar.
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