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TONINHO DO PT
Família não aceita versão de crime banal
Um ano depois, polícia segue sem saber motivo da morte de prefeito
MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
A dois dias de completar um
ano do assassinato do prefeito de
Campinas, Antonio da Costa Santos, a Justiça ainda não sabe qual
foi a motivação do crime.
Toninho foi morto com um tiro
de pistola 9mm, às 22h15 da noite
de 10 de setembro do ano passado, quando saía do shopping
Iguatemi, na Vila Brandina.
A Promotoria levou o caso à
Justiça indicando a quadrilha do
sequestrador Wanderson Nilton
de Paula Lima, o Andinho, como
autora do assassinato.
No entanto, não há até hoje elementos conclusivos que apontem
se o prefeito foi morto em uma
circunstância banal ou foi vítima
de um crime encomendado. O fato enfraquece a denúncia feita pelo Ministério Público, segundo
criminalistas.
Na semana passada, Andinho,
único dos quatro acusados que
não foi morto pela polícia, negou
participação no assassinato. Pela
versão da promotoria e da polícia,
Toninho teria sido assassinado
por quatro sequestradores da
quadrilha de Andinho, incluindo
o líder do bando, em fuga de uma
ação frustrada.
Para o ouvidor das polícias de
São Paulo, Fermino Fecchio Filho, "a investigação não esclareceu todas as dúvidas". "Enquanto
esse caso não ficar claro, a cidade
não vai se conformar", disse.
Para o advogado contratado pela família de Toninho para acompanhar o caso, Márcio Thomaz
Bastos, a acusação da polícia contra Andinho não deve ser considerada. "Já li todo o inquérito. Para afirmar que o crime foi cometido pelo bando de Andinho é preciso ter muita imaginação. Não se
pode concluir um inquérito sem
que se tenha a motivação", disse.
A família do prefeito morto não
aceita as conclusões da polícia.
Um ponto do processo que ainda não foi esclarecido é a ação de
policiais de Campinas em Caraguatatuba, no litoral norte de São
Paulo, que resultou na morte de
dois dos acusados pela morte do
prefeito -Anso e Valmirzinho.
O caso é investigado pelo corregedor da Polícia Civil Francisco
Gastão Luppi. Há suspeitas de
queima de arquivo. "Ainda estamos esperando laudos. Não há
prazo para conclusão dos trabalhos", disse o corregedor.
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