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PANORÂMICA
VIOLÊNCIA
Inquérito da PM do Paraná responsabiliza 2 soldados por morte e tortura
A Polícia Militar do Paraná encaminhou na sexta à Auditoria
Militar o resultado de um IPM
(Inquérito Policial Militar) em
que dois policiais são apontados
como responsáveis pelo assassinato de um adolescente e pela
tortura de outro, em Curitiba.
O IPM concluiu que o cabo
Afonso Odair Konkel, 26, e o
soltado Nilton Hasse, 35, foram
os responsáveis pela morte de
Anderson Froese de Oliveira, 18,
com um tiro na cabeça, e torturaram outro garoto, de 17 anos,
para que ele não revelasse as circunstâncias da morte do amigo.
Os crimes aconteceram na
madrugada de 2 de novembro.
Pichadores de muros, Anderson, o amigo e outros garotos teriam sido confundidos com assaltantes de um restaurante, que
os PMs procuravam prender no
bairro Parolim, periferia de Curitiba. Abordados de forma violenta, eles teriam tentado fugir,
voltaram a ser interceptados, até
Anderson ser atingido e morto.
Agora, o juiz militar que
acompanhar o caso vai decidir
se considera terem os policiais
praticado homicídio doloso (intencional). Nesse caso, Konkel e
Hasse devem responder a julgamento na Justiça comum, indo a
júri popular, como determina a
legislação.
No IPM, os dois policiais também são acusados de forjar provas para encobrir o crime. Konkel e Hasse teriam arrumado
uma arma e dela disparado contra o carro da polícia para simular reação de Anderson à abordagem policial. Nos depoimentos dados no inquérito, os dois
afirmaram que o rapaz estava
armado e reagiu à prisão.
O inquérito descartou isso.
"Os laudos mostraram que a vítima não utilizou arma de fogo e
que o tiro que a matou foi dado
com a arma encostada em sua
nuca", disse o presidente do
IPM, tenente Wellenton Selmer.
O atirador seria o soldado
Hasse. Outros policiais que participaram da operação foram
eximidos de culpa. Os acusados
estão presos no Batalhão de Polícia de Guarda desde 7 de novembro, quando começou o
IPM. A Agência Folha não conseguiu falar com o advogado Peter Amaro de Souza, que defende os dois.
(DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA)
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