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Secretaria da Segurança volta a negar dados sobre crimes
Em carta, sociólogo disse que pasta não nega informações
ANDRÉ CARAMANTE
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Secretaria de Estado da Segurança Pública voltou ontem a
negar dados de criminalidade
desagregados por distritos policiais da capital.
A Folha pediu informações
sobre os 29 casos de latrocínio
e sobre os 84 roubos a banco
ocorridos na capital no primeiro semestre deste ano, segundo
dados da própria secretaria.
Nos dois casos, a resposta obtida foi negativa.
Em carta ao jornal, publicada
anteontem, o sociólogo Túlio
Kahn, responsável pela CAP
(Coordenadoria de Análise e
Planejamento), órgão da pasta,
afirmou textualmente que "a
Secretaria da Segurança Pública não se nega a repassar dados
desagregados de criminalidade
quando sabe que estes serão
analisados de maneira correta
e responsável".
Diante disso, a Folha fez os
novos pedidos, que voltaram a
ser negados pela secretaria sob
o argumento de que os números absolutos levam a conclusões equivocadas.
A pasta informou que só pode divulgar os números divididos por 100 mil habitantes, dado que ela diz não possuir.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou ter
apenas os números absolutos e
disse que não pode repassar a
informação.
A secretaria recomenda que
a informação sobre criminalidade na cidade de São Paulo seja analisada a partir do estudo
"Olhar São Paulo - Violência e
Criminalidade", divulgado pela
Secretaria Municipal de Planejamento.
Ocorre que o estudo conta
com informações referentes ao
período de 2000 a 2005, ou seja, com três anos de defasagem.
Roubos a banco
Sobre os roubos a banco, a assessoria de imprensa da secretaria sugeriu à Folha uma reportagem sobre o desmantelamento, em 15 de julho, do que a
pasta considera a maior quadrilha que atuava na cidade.
O jornal publicou uma reportagem no dia seguinte, 16 de
julho, a respeito do assunto.
A reportagem informava que
os presos eram acusados de integrar uma quadrilha responsável por roubar mais de R$ 5
milhões em cerca de 30 assaltos nos últimos dois anos na cidade de São Paulo.
A reportagem que a secretaria propôs teria de ser feita, segundo a própria pasta, sem a
informação das ocorrências
distribuídas por regiões da cidade, já que o governo não iria
fornecer estes números.
A pasta informou ainda que
só tem a obrigação de divulgar
os dados que constam na lei estadual 9.155, de 1995, que determina a publicação, a cada
três meses, dos dados totalizados em três grandes áreas: capital, Grande São Paulo e interior do Estado.
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