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Haddad foi "oportunista", diz Paulo Renato
Ministro da Educação no governo FHC rebate críticas do atual de que avaliações feitas anteriormente eram "festa"
DA SUCURSAL DO RIO
Ministro da Educação no governo FHC, o deputado federal
Paulo Renato Souza (PSDB) rebateu ontem as críticas do
atual, Fernando Haddad, de
que as avaliações feitas anteriormente eram uma "festa" e
de que "todo mundo era aprovado pelo Inep [órgão de avaliação do MEC]".
"Acho que o ministro foi deselegante, descuidado e oportunista. Ele deve saber muito
bem que todos os processos de
avaliação do ensino superior
hoje existentes foram criados
no governo FHC, inclusive as
visitas in loco [aos cursos]."
Segundo ele, não há instrumento de avaliação do ensino
superior que não foi criado em
seu período. "Gostaria de ver se
o atual governo teria coragem
de criar o sistema de avaliação
do ensino superior."
O atual ministro, ao ser questionado na quarta sobre a qual
período se referia ao fazer as
críticas, deu como exemplo o
Provão -criado na gestão Paulo Renato- e os conceitos usados na época por especialistas
que avaliavam os cursos em visitas. Segundo Haddad, "vários
cursos que reiteradamente recebiam na época o conceito E [o
pior no Provão] eram aprovados como cursos muito bons
pela comissão de especialistas".
Ele disse que, com o novo
modelo, isso não ocorrerá mais.
Já o ex-ministro criticou o
atual sistema de avaliação:
"Acho que houve um brutal retrocesso. O Enade [exame que
substituiu o Provão a partir de
2004] não significa nada em
termos de avaliação. É um desperdício de dinheiro público,
porque, ao contrário do Provão,
é por amostragem. O que garantia o Provão era seu caráter
universal [todos os alunos tinham que fazer o exame para
receber o diploma]".
Ontem, Haddad não comentou o assunto. Em nota, sua assessoria disse que "a referência
feita [em reportagem da Folha
anteontem] ao "período anterior" não se reporta a governos
anteriores, e, sim, a uma metodologia vigente até o ano passado, em que as comissões de
avaliação atribuíam conceitos
aos cursos superiores sem a necessidade de se manifestar sobre os indicadores de qualidade
apurados pelo Inep, seja pelo
Provão ou pelo Enade".
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