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Prefeitura de SP sabe de lixão desde abril
Praça no centro foi cercada em maio pela Subprefeitura da Sé, mas portões ficam abertos e lixo continua sendo jogado no local
Entulho e material orgânico estão em praça próximo ao terminal Pq. Dom Pedro 2 e à r. 25 de Março; limpeza será feita em até 15 dias, diz órgão
TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma praça em pleno centro
de São Paulo, próximo ao terminal Parque Dom Pedro 2 e à
rua 25 de Março, ganhou um lixão a céu aberto. No local, estão
sendo depositados desde restos
de construções e móveis velhos
até sacos de lixo cheios de material orgânico.
Diariamente, passam pela
rua 25 de Março cerca de 500
mil pessoas, número que duplica nas vésperas de datas comemorativas. Pelo terminal Parque Dom Pedro 2, passam, por
dia, 162 mil pessoas.
A Subprefeitura da Sé afirma
que o local tornou-se um depósito clandestino de entulho e de
lixo e que os dejetos depositados no lugar serão removidos
nos próximos 15 dias.
A área fica na avenida do Estado, embaixo da intersecção
entre os viadutos Mercúrio, 25
de Março e Antônio Nakashima, na baixada do Glicério. É
possível acessá-la por meio de
dois portões -um pequeno, para pedestres, e um maior, para
veículos de grande porte, como
caminhões. Nenhum dos dois
está trancado, de acordo com a
subprefeitura.
O órgão sabe da existência do
lixão desde, pelo menos, abril
deste ano, quando começou o
processo de compra de grades
para cercar o local. As cercas foram colocadas em maio.
O objetivo, de acordo com o
órgão, era evitar que o entulho
e o lixo fossem despejados por
caminhões clandestinos na
área, o que não surtiu resultado. Ontem, havia uma montanha de sacos de lixo e restos de
madeira, misturados com terra,
no meio da praça. Uma adolescente brincava perto da pilha e
moradores de rua se protegiam
da chuva embaixo de um dos
viadutos, também dentro da
área, anteontem.
De acordo com a professora
da Faculdade de Saúde Pública
da Universidade de São Paulo
Wanda Risso Günter, o lixo
acumulado no terreno pode
trazer prejuízos à saúde dos
freqüentadores da praça e dos
moradores da região. "O resíduo pode ser um criadouro de
vetores, como ratos, baratas,
moscas e mosquitos, que podem passar doenças para a população." "Uma rata, que passa
a morar ali, pode parir em média dez ratos, que podem transmitir leptospirose, febre da
mordedura e tifo", afirma.
A professora ressalta ainda
que o local pode servir de criadouro para o mosquito transmissor da dengue, Aedes
aegypti. "Ele se prolifera em
água parada. Se chover, como
nos últimos dias, e tiver uma
garrafa vazia, ele coloca o ovo.
Pode picar alguém contaminado e passar a doença."
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