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LEI SECA
Tarso Genro é questionado por mãe de vítima em evento
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
Durante evento promovido para exaltar os benefícios
da lei seca, o ministro da Justiça, Tarso Genro, recebeu
uma dura cobrança de uma
dona-de-casa e se esquivou
de responder, ontem no Rio.
Ana Amélia Silva Rocha,
quando convidada a usar o
microfone, contou que seu
filho Tiago Silva Rocha morreu em 6 de outubro de 2000,
quando tinha 16 anos, ao ser
atropelado na avenida Brasil.
O motorista do carro -um
juiz- estava bêbado, segundo ela, e fugiu sem prestar socorro. Ele foi processado,
mas, após sete anos, o caso
foi arquivado.
Rocha então afirmou que
"no começo deste ano" entregou pessoalmente ao ministro um dossiê sobre o caso, pedindo que a investigação fosse retomada, mas até
agora não obteve nenhuma
posição. E cobrou: "Então,
ministro, cadê a resposta?"
Ao iniciar seu discurso,
Tarso Genro se limitou a lamentar: "Em nosso país ainda temos situações de impunidade". Mas em nenhum
momento se referiu ao pedido feito pela dona-de-casa.
Para o ministro, "tem leis
que não pegam, que não se
colam com a vida. Essa lei colou". Tarso Genro afirmou
que a fiscalização precisa ser
intensa agora "para que daqui a dois, três anos não precise mais de fiscalização. Que
seja uma cultura, um hábito,
modo de vida".
A Folha consultou o Ministério da Justiça para confirmar a entrega do dossiê
sobre Thiago Rocha. O órgão
não se manifestou.
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