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SEGURANÇA SOB AMEAÇA
Atentados atribuídos ao PCC em SP teriam deflagrado medida; idéia é unificar ações em SP, MG e RJ
Governo cria força-tarefa contra o crime organizado
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, anunciou ontem
a criação de uma força-tarefa dos
Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para o combate ao crime organizado. A atuação conjunta foi solicitada pelo
governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB).
Segundo Thomaz Bastos, a medida teria sido deflagrada pelos
atentados em São Paulo atribuídos à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Desde o domingo passado, 37 ataques
foram registrados, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Da noite de anteontem até a madrugada de ontem, ocorreram até
nove atentados contra prédios da
polícia e casas de policiais militares. A secretaria só confirmou cinco. O restante está sob investigação.
"Talvez tenha sido deflagrado,
precipitado por isso, mas no nosso projeto do Sistema Único de
Segurança essas parcerias são
previstas", disse o ministro depois
de reunião com Alckmin na tarde
de ontem, na capital paulista. Já
houve a criação de uma força-tarefa entre Distrito Federal, Mato
Grosso e Goiás.
Segundo Thomaz Bastos, o primeiro encontro do grupo reunirá
governadores e secretários de Segurança Pública. Deve ocorrer na
quarta-feira, em Brasília. Os governos do Rio e de Minas serão
convocados hoje.
De acordo com o ministro, o
objetivo principal é a atuação
conjunta das inteligências dos diferentes órgãos estaduais e da Polícia Federal. Operações deverão
ser feitas por equipes mistas. Thomaz Bastos disse acreditar que
não será necessário financiamento específico para a força-tarefa.
O ministro anunciou a liberação
de R$ 30 milhões do Fundo de Segurança Pública para São Paulo
nesta semana. Também confirmou que o governo auxiliará no
financiamento de bloqueadores
de celulares para mais 15 presídios paulistas.
A Secretaria da Segurança Pública informou que 13 presos foram transferidos para o presídio
de segurança máxima de Presidente Bernardes. Supostos membros do PCC, eles teriam ligação
com os últimos atentados e estariam planejando uma rebelião.
Os últimos ataques não deixaram feridos e ninguém foi preso.
Três deles ocorreram na Baixada
Santista. O 2º DP de São Vicente
foi atingido por cerca de 20 disparos. Em Santos, uma base comunitária e uma companhia da PM
também foram alvo de tiros. Segundo relato de policiais, seis homens armados, em três motos,
passaram atirando contra os dois
locais, que ficam próximos.
Em Barueri (Grande SP), quatro
homens num Monza atacaram
um posto da Polícia Rodoviária
Estadual, no km 13,5 do Rodoanel. Também em Barueri, a casa
de um PM foi alvo de tiros. Em
São José dos Campos, a fachada
de uma das bases do 46º Batalhão
da Polícia Militar foi atingida por
tiros de pistola. Outra base do
mesmo batalhão, já desativada,
também foi atacada. Havia um
guarda municipal no local.
Em Guarulhos, também na
Grande São Paulo, um grupo atirou para o alto em frente a uma
base comunitária da PM. Em Ermelino Matarazzo (zona leste de
SP), a casa de um PM foi atingida
por tiros.
Colaboraram o "Agora" e as Regionais
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