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SAÚDE
Efeitos de tratamentos estéticos são passageiros e nenhum deles cura o distúrbio, segundo dermatologistas
Mudança de hábito pode diminuir celulite
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Você está cansada de gastar dinheiro com tratamentos inúteis
para celulite? Saiba que se não incluir na sua rotina uma alimentação saudável, prática regular de
exercícios físicos e controle hormonal vai continuar jogando dinheiro fora e nada fará o problema desaparecer.
A celulite, que afeta nove em cada dez mulheres acima de 30
anos, acomete, principalmente, as
nádegas e as coxas, e, segundo
dermatologistas e cirurgiões plásticos, não tem cura.
O uso de medicamentos fitoterápicos, de cremes redutores, de
choques e agulhas pode, no início,
até sugerir uma melhora no estado da paciente, mas, sem os cuidados com a saúde, a tendência é
que os "buraquinhos" voltem a
aparecer, afirmam os médicos.
Os franceses chamam esses procedimentos estéticos de "lua de
mel", uma alusão de que, passado
o período inicial, tudo voltará à
rotina. Em São Paulo, o ciclo de
tratamento da celulite, que pode
reunir vários desses procedimentos, custa de R$ 800 a R$ 1.500.
"Mesmo que o efeito seja passageiro, é maravilhoso para a nossa
auto-estima", diz a jornalista Sueli
Menazzi, 46, que fez um tratamento que associou drenagem
linfática com mesoterapia, no verão do ano passado, junto com a
filha de 27 anos.
Ela diz que repetirá o tratamento neste ano porque a celulite voltou. "Durante o inverno, não consigo resistir aos queijos e ao vinho
branco", diz, justificando os "quilinhos" a mais que ganhou.
Segundo a médica Alessandra
Haddad de Lima, coordenadora
do setor de cosmiatria (cosméticos) e laser da cirurgia plástica da
Unifesp (Universidade Federal de
São Paulo), não existe ainda um
único tratamento de escolha que
sirva para todos os graus de celulite em qualquer indivíduo.
A indicação do tratamento, afirma a médica, depende da avaliação da paciente e do seu histórico
(se, por exemplo, tem problemas
circulatórios ou hormonais). Se o
quadro for leve, a drenagem linfática, a endermologia e a mesoterapia, associadas aos hábitos saudáveis, podem resolver, diz Lima.
Segundo a médica Ediléia Bagatin, do departamento de dermatologia da Unifesp, muitas das suas
clientes com celulite nas nádegas,
cansadas da ineficácia de alguns
tratamentos, estão partindo para
métodos mais radicais, como a
subcisão e lipoescultura.
A subcisão consiste em separar
a pele da gordura com celulite que
a traciona usando uma agulha especial,. O procedimento é repetido em cada um dos "buraquinhos", levando em média dois
minutos para corrigir cada depressão.
Quando a celulite é mais profunda, Bagatin diz ser necessário
associar a subcisão à técnica de lipoescultura. Para isso, é realizada
a subcisão e, em seguida, retirada
a gordura com celulite usando a
técnica de lipoaspiração.
Para preencher o espaço entre a
pele liberada e a gordura com celulite, usa-se, geralmente, gordura
do culote. O procedimento é feito
com anestesia local.
"Mas esses métodos, por serem
cirúrgicos, são mais invasivos,
não isentos de risco, podendo
causar infecções, hematomas e
absorção da gordura enxertada,
acarretando a volta do quadro",
alerta a médica Alessandra Lima.
Segundo a dermatologista Denise Steiner, coordenadora do departamento de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a subcisão pode ser uma alternativa para a celulite das nádegas,
mas não é indicada se o problema
acomete as coxas.
Predisposição genética
Para Steiner, a presença da celulite está especialmente relacionada com predisposição genética.
Portanto duas pessoas que tenham os mesmos cuidados com a
saúde podem reagir de maneira
diferente aos tratamentos. Alterações hormonais também podem
desencadear o distúrbio.
A advogada Ana Carolina Mendes, 34, diz que a celulite das nádegas diminuiu após fazer um
tratamento hormonal para corrigir a taxa de estrógeno, mantendo
o tratamento estético.
"Parece que desinchei. Até a pele do rosto ficou muito melhor",
afirma, anunciando já ter marcado para a próxima semana um
novo ciclo de tratamento, ao custo de R$ 1.400.
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