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Parada Gay cresce; diversão e problemas, também
Organização calcula público de 3,5 milhões de pessoas; agressões e roubos atrapalham evento
Quatro pessoas foram presas; três dos 23 trios da festa tiveram problemas, e um deles chegou a ficar enroscado em viaduto
DANIEL BERGAMASCO
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em luta "contra o racismo, o
machismo e a homofobia", segundo o slogan impresso em
sua bandeira colorida, a 11ª edição da Parada do Orgulho
GLBT de São Paulo reuniu 3,5
milhões de pessoas neste ano,
contra 3 milhões de 2006, dizem os organizadores.
A Polícia Militar, que falava
em 2 milhões em 2006, decidiu
não divulgar estimativa neste
ano -avaliou não ter como fazer uma contabilidade precisa,
já que o público é flutuante
(também era no ano passado).
Com beijo na boca liberado,
muitos descamisados e outros
tantos fantasiados (Batman,
diabinha, além de muitas asinhas de borboleta), o aumento
de público era perceptível pela
sensação maior de aperto e pela
visão aérea da avenida Paulista.
De cima dos trios, ao som de
música eletrônica e até músicas
da Xuxa, Go Go Boys levantavam aplausos (um deles chegou
a ficar quase nu, abaixando toda a sunga na parte de trás e
parcialmente na frente). O
apresentador Leão Lobo exagerava: "Somos 4 milhões!"
Lá embaixo, a multidão causava empurra-empurra. Em
posto médico em frente ao
Masp (eram 14 no total), contabilizava-se, no início da noite,
mais de 50 atendimentos, cerca
de 15 de vítimas de agressões
como socos e garrafadas.
Quatro pessoas foram presas
em flagrante por furtos e roubos. Entre elas, uma jovem que
fez um "arrastão" particular na
multidão: carregava 12 celulares e 3 máquinas fotográficas.
Cenas comuns: nádegas de
fora, baseados e até participantes que abriam a braguilha para
mostras as partes íntimas.
Três dos 23 trios previstos
para desfilar na parada -que
seguiu da Paulista pela rua da
Consolação até a praça Roosevelt- tiveram problemas.
Um deles, o carro abre-alas,
ficou enroscado num viaduto.
Outros dois trios, entre os quais
o que levava a dupla de DJs Fischerspooner, de Nova York, tiveram problemas no percurso e
só entraram no meio da festa.
Na multidão, havia pais com
crianças de colo. "Ela tem dois
meses. Não tenho medo, a parada é de paz", dizia Luciana
Soares, amamentando a filha.
O grande público, porém,
afastou alguns. Amanda Salles,
28, veio de Sorocaba (100 km a
oeste de SP), mas já ia embora
às 14h45. "Pela TV a festa parece ser bonita, mas ao vivo não
dá para aproveitar." Nas ruas
paralelas, as filas de táxi com
"foragidos" eram grandes.
Amanda Cintra, 19, saiu às
15h10. "Já tem gente bêbada
demais. Todo mundo passa a
mão e agarra. Não curti nada."
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