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Pai confessou morte dos 2 filhos, diz polícia
Vigilante teria dito que os meninos de 12 e 13 anos foram mortos em Ribeirão Pires por gerar brigas dele com a atual mulher
Segundo o delegado, o pai confessou o crime na presença da irmã e chorou pela 1ª vez; ele e a madrasta dos garotos estão presos
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil afirmou que o
vigilante João Alexandre Rodrigues, 40, confessou na madrugada de ontem ter assassinado, queimado e esquartejado
seus dois filhos, de 12 e 13 anos,
com a ajuda da madrasta das
crianças, em Ribeirão Pires
(Grande SP). Ele teria dito que
os garotos foram mortos por
gerar brigas entre o casal.
"As crianças iam motivar a
separação. Aí [os suspeitos]
acharam melhor exterminá-las", disse o delegado Luis Carlos dos Santos, da delegacia seccional de Santo André.
O casal foi preso no último
sábado. A madrasta, Eliane
Aparecida Rodrigues, 36, já havia confessado o crime.
"A grande diferença que existe entre os depoimentos é que
ela diz que ele sufocou os dois
meninos. Já o suspeito diz que
a mulher, além de colocar um
saco na cabeça, deu uma estocada no estômago do filho mais
velho", disse o delegado.
Rodrigues confessou o crime
na presença da irmã, na madrugada de ontem, depois que a polícia apresentou evidências
contra ele e sua mulher, segundo relato do delegado.
"Pela primeira vez, nessa madrugada [ontem] ele [Rodrigues] chorou aqui, abraçado à
irmã dele. Nesse momento demonstrou um certo arrependimento", disse o delegado.
Anteontem, com reagente
químico, os peritos encontraram vestígios de sangue nas paredes, no chão da casa e nas
sandálias que o casal usava
quando foi preso. "Resta investigar pequenos detalhes, mas
no todo [o crime] está esclarecido", disse o delegado.
Depoimento
Segundo a polícia, o vigilante
disse que o crime não foi premeditado. Ele afirmou que
Igor, 12, e João Vítor, 13, brigavam sempre com Eliane.
Já em 2005 o Conselho Tutelar havia registrado queixas de
negligência e maus-tratos contra o casal. As crianças chegaram a morar com a tia e em um
abrigo, mas foram devolvidas
ao pai por decisão judicial -a
mãe biológica abandonou os
meninos anos atrás.
Rodrigues disse que a crise
que levou ao crime começou na
quarta, quando os meninos saíram de casa e foram levados de
volta por guardas-civis.
Segundo o delegado, os meninos diziam que a madrasta os
tinha expulsado de casa e ela dizia que eles tinham fugido.
Segundo a polícia, isso provocou uma discussão do casal na
sexta, quando ele sugeriu a separação. O vigilante disse à polícia que em seguida teve discutiu com Igor e o asfixiou na sala,
com um saco plástico. Afirmou
que, na seqüência, Eliane asfixiou João Vítor e o golpeou
com uma faca no quarto.
Eles levaram os corpos para o
quintal para tentar queimá-los,
sem sucesso. Fizeram então o
esquartejamento. Conforme a
polícia, os corpos foram colocados em sacos de lixo. Coube a
Eliane colocá-los na rua para
serem levados pelo lixeiro.
A Folha não teve acesso aos
acusados, que ainda não têm
advogado, segundo a polícia.
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