São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Após 15 dias preso, "maníaco" tem acesso a defensor

Ele disse ter causado entre 20 e 50 mortes, afirma defensoria

JULIANA COISSI
EM SÃO PAULO

Quinze dias após ter sido preso e de ter, segundo a polícia, confessado vários crimes, Leandro Basílio Rodrigues, 19, chamado por policiais de o "maníaco de Guarulhos", teve acesso ontem, pela primeira vez, a seus defensores públicos. De acordo com a defensoria, ele admitiu, de forma vaga, ser responsável por "entre 20 e 50" mortes.
Em audiência com o juiz-corregedor Jayme Garcia dos Santos Júnior, o acusado afirmou, segundo defensores, ter sido pressionado a confessar. Os policiais, segundo ele, o xingaram e cuspiram nele. Quando perguntado se tinha condições de reconhecer esses policiais que teriam o coagido, disse: "Prefiro deixar por isso mesmo".
Os encontros com a defensoria ocorreram um dia após a Folha divulgar que ele ainda não havia tido contato nem com defensores ou advogados.
Segundo o defensor Luiz Eduardo de Toledo Coelho, 27, quando o rapaz foi questionado se sabia que poderia ficar até 30 anos preso, disse: "Ah, mas esse não foi o acordo". "Que acordo?", perguntou Coelho. "Acordo que fiz com o delegado."
A Secretaria da Segurança Pública, em nota, disse que nunca houve acordo, xingamento ou qualquer forma de pressão ao acusado. Segundo o delegado Jakson César Batista, o direito a um advogado, além de informado verbalmente a Rodrigues, consta nos documentos assinados por ele durante os interrogatórios.


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