|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VERÃO
Além da vida noturna, turistas são atraídos por passeios por trilhas e cachoeiras, além de diversas atividades esportivas
Litoral norte aposta em opções "extrapraia"
FABIANA CORRÊA
FREE-LANCE PARA A FOLHA VALE
As opções de lazer para o turista
que vai ao litoral norte de São
Paulo na atual temporada de verão vão muito além do banho de
mar e da exposição ao sol. É cada
vez maior, segundo agências de
turismo da região, a procura por
atividades de lazer extrapraia e
pela agitada vida noturna.
Além dos 128 quilômetros de
praias, a região concentra ao menos 35 trilhas e 60 cachoeiras espalhadas pela mata atlântica, na
serra do Mar, e reúne atividades
de lazer e esportivas que podem
ser praticadas pela maioria.
Em São Sebastião, município
que possui a maior extensão de
costa do litoral norte, com 110 km,
e algumas das praias mais badaladas do Estado, como as do eixo
Maresias-Boiçucanga-Camburi,
um dos roteiros mais procurados
no verão, além das belas praias e
da vida noturna, é o passeio pelas
trilhas e cachoeiras.
Uma das trilhas mais perseguidas é a do ribeirão de Itu, onde é
possível praticar atividades como
rapel, tirolesa (atravessar de uma
extremidade a outra utilizando
cabo ou corda) e trekking (caminhada longa em trilhas, com obstáculos naturais).
O local, que fica a pouco mais de
três quilômetros do centro da
praia de Boiçucanga, possui cinco
cachoeiras e oito quilômetros de
trilha. A primeira delas, conhecida como Pedra Lisa, tem uma
queda de 50 metros e é bastante
utilizada para a prática de rapel.
O publicitário André Perri, 28,
que mora em São Paulo e tem casa
há 12 anos em Maresias, também
na costa sul, conheceu o lugar na
última semana. "Ficamos presos
naquele roteiro praia-balada e
não nos demos conta de que estamos tão próximos da natureza",
disse Perri, que praticou rapel pela primeira vez na cachoeira.
Para o guia ecológico Humberto Cunha Olguins, 28, da agência
AMA Brasil, a procura pelo ecoturismo no litoral norte cresceu
"mais de 100%" em relação à temporada passada. "Os turistas começaram a descobrir uma maneira de conhecer programas diferentes e, além disso, se exercitar."
Na cachoeira de Calhetas, também em São Sebastião, há uma
queda de 90 metros onde é praticado o cascading, uma espécie de
rapel feito na cachoeira.
"Nunca havia feito esse tipo de
esporte. Nem é tão difícil. Com
certeza, vou aproveitar melhor o
cenário do litoral", disse Bárbara
Thomaz, também paulistana,
maioria entre os turistas.
A trilha da Água Branca, em
Ilhabela, revitalizada no mês passado, tem cinco quedas d'água.
No total, são dois quilômetros e
um observatório de pássaros de
sete metros de altura.
A jornalista Adriana De Cunto,
37, de Londrina, afirmou que,
apesar de sempre passar as férias
no litoral norte, não conhecia as
cachoeiras de Ilhabela. "Misturando praia e verde, dá para variar, você não fica preso só naquele ambiente da areia."
Também é possível chegar à trilha de bicicleta. O aluguel custa R$
5 a hora em uma das agências de
Ilhabela. Há, ainda, o aluguel de
cavalos, que sai por R$ 30 o passeio de duas horas.
Segundo Alexandre Carvalho,
funcionário da agência Lokal Dive, a procura por passeios fora do
eixo da praia vem crescendo
"consideravelmente". "No ano
passado, só tínhamos 12 bicicletas
para locação. Neste ano, tivemos
de aumentar a frota para 30 para
poder atender a todos."
Mesmo na praia, há boas opções de lazer além do banho de
mar, como o parasail (passeio em
um pára-quedas puxado por uma
lancha, a uma altura de 40 metros), disponível na praia Engenho D'Água, em Ilhabela.
A empresária Flávia Vasconcellos Gusmão, 32, outra paulistana,
já fez o passeio, com seus quatro
filhos -o mais velho de 10 anos.
"Nós gostamos de emoção, não
de ficar o dia todo na areia."
O passeio até a praia de Castelhanos, no extremo de Ilhabela
oposto ao continente, que tem várias cachoeiras no caminho, pode
ser feito de jipe (R$ 40 a hora).
Em Ubatuba, no extremo da
praia de Itamambuca, uma das
praias mais badaladas do município, é possível alugar um caiaque
ou um pedalinho e chegar até a
área de mangue do rio que dá nome à praia. O aluguel do equipamento custa R$ 10 a hora.
Mas, com tantos atrativos, a região também enfrenta problemas:
cerca de 90% dos hotéis e pousadas da região foram afetados pelo
falta d'água desde o Réveillon.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Material esportivo é distribuído pelas prefeituras Índice
|