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Alunos da Unaerp dizem que colegas boicotaram e até já pediram desculpas
LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Boicote. Essa é a explicação
dos alunos de medicina da
Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) para a aparente
contradição entre o conceito
2 atribuído pelo MEC ao curso e a opinião positiva sobre a
instituição expressada pelos
estudantes que fizeram a prova do Enade.
O currículo da escola recebeu aprovação de 67% dos estudantes, enquanto o planejamento do curso foi bem
avaliado por 51%.
"A boa avaliação do currículo e do planejamento do
curso, feita pelos próprios
alunos [no Enade], prova que
houve o boicote", disse ontem
Adriana de Oliveira, 22, aluna
do terceiro ano.
"Não há do que reclamar
quanto à estrutura do curso.
Os laboratórios e os professores são bons. Os estudantes
do último ano, mesmo boicotando a prova, admitem isso.
E já até pediram desculpas
pelo boicote", afirmou Florence Rosa, 24, do quinto ano.
Segundo as alunas, o boicote aconteceu porque os estudantes que fizeram a prova do
Enade se revoltaram contra a
mudança do método de ensino utilizado pela faculdade.
"Eles disseram que boicotaram porque passaram por
uma época de transição de
curso. Eles são da última turma que se formou sob o sistema antigo", disse Florence.
"Pelo preço [da mensalidade] que a gente paga, se não
estivéssemos satisfeitos, é óbvio que pediríamos transferência. A gente vê que aqui
tem resultado", disse Flávia.
Os calouros, que freqüentam a universidade há apenas
uma semana, também defendem o curso.
"Nós sabemos que o curso
não é perfeito, mas essa nota
[CPC] não condiz com a realidade. Se a infra-estrutura é
boa, os professores são bons,
o desempenho dos alunos do
Enade deveria ser melhor. Ou
seja: houve boicote", disse Álvaro Moreira da Luz, 20.
Mudança curricular
Na Fundação Faculdade de
Ciências Médicas de Porto
Alegre, que alcançou a nota
máxima (5), a visão crítica dos
alunos ocorreu devido às mudanças nas diretrizes curriculares nos último cinco anos,
dizem alguns estudantes ouvidos pela Folha.
Entre os alunos que fizeram o Enade, 42,9% aprovavam o currículo e 37,1% concordavam com o planejamento do curso. A exceção
está na infra-estrutura: a
maioria (90%) a considera
satisfatória.
Colaborou JULIANA COISSI, em São Paulo
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