São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2008

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Alunos da Unaerp dizem que colegas boicotaram e até já pediram desculpas

LUCAS REIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Boicote. Essa é a explicação dos alunos de medicina da Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto) para a aparente contradição entre o conceito 2 atribuído pelo MEC ao curso e a opinião positiva sobre a instituição expressada pelos estudantes que fizeram a prova do Enade. O currículo da escola recebeu aprovação de 67% dos estudantes, enquanto o planejamento do curso foi bem avaliado por 51%. "A boa avaliação do currículo e do planejamento do curso, feita pelos próprios alunos [no Enade], prova que houve o boicote", disse ontem Adriana de Oliveira, 22, aluna do terceiro ano. "Não há do que reclamar quanto à estrutura do curso. Os laboratórios e os professores são bons. Os estudantes do último ano, mesmo boicotando a prova, admitem isso. E já até pediram desculpas pelo boicote", afirmou Florence Rosa, 24, do quinto ano. Segundo as alunas, o boicote aconteceu porque os estudantes que fizeram a prova do Enade se revoltaram contra a mudança do método de ensino utilizado pela faculdade. "Eles disseram que boicotaram porque passaram por uma época de transição de curso. Eles são da última turma que se formou sob o sistema antigo", disse Florence. "Pelo preço [da mensalidade] que a gente paga, se não estivéssemos satisfeitos, é óbvio que pediríamos transferência. A gente vê que aqui tem resultado", disse Flávia. Os calouros, que freqüentam a universidade há apenas uma semana, também defendem o curso. "Nós sabemos que o curso não é perfeito, mas essa nota [CPC] não condiz com a realidade. Se a infra-estrutura é boa, os professores são bons, o desempenho dos alunos do Enade deveria ser melhor. Ou seja: houve boicote", disse Álvaro Moreira da Luz, 20.

Mudança curricular
Na Fundação Faculdade de Ciências Médicas de Porto Alegre, que alcançou a nota máxima (5), a visão crítica dos alunos ocorreu devido às mudanças nas diretrizes curriculares nos último cinco anos, dizem alguns estudantes ouvidos pela Folha. Entre os alunos que fizeram o Enade, 42,9% aprovavam o currículo e 37,1% concordavam com o planejamento do curso. A exceção está na infra-estrutura: a maioria (90%) a considera satisfatória.

Colaborou JULIANA COISSI, em São Paulo



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