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Nem todos os casos precisam de remédio
DA REPORTAGEM LOCAL
Presidente do Conselho Federal
de Psicologia, Ricardo Moretzsohn alerta que medicamentos
psiquiátricos não servem para resolver conflitos subjetivos, desejos não formulados ou inalcançados. Isso porque algumas pessoas
querem, e infelizmente recebem,
remédios desnecessários. "Hoje,
até pelo interesse da indústria farmacêutica, todo mal-estar foi
transformado em algo a ser medicalizado. Só que o mal-estar pertence ao ser humano, como disse
Freud. Sempre nos falta algo."
Moretzsohn afirma que algumas pessoas buscam medicamentos para não terem de lidar com os
problemas de sua vida. "Estou
triste. Qual é o problema? Qual é a
estratégia? Não que a medicação
seja algo ruim. Há situações em
que ela é imperativa. Mas não é
possível biologizar tudo."
O psicólogo capacitado pode
acolher o paciente e, ao verificar
que se trata de um transtorno que
exige atendimento médico, reencaminhá-lo, afirma Moretzsohn.
O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Marco Antônio Brasil, diz que alguns diagnósticos tornam-se mais freqüentes em razão do boom de estudos
na área -caso do distúrbio de déficit de atenção. Como há mais informação, há mais instrumentos
para identificar os casos.
Para evitar abusos, diz Brasil, o
paciente deve verificar se o profissional tem o título de especialista
da associação. Hoje, há 8.000 psiquiatras no país, e a ABP pretende
inaugurar em seu site (www.abp
brasil.org.br) uma página de
orientação ao paciente. (FL)
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