São Paulo, domingo, 13 de fevereiro de 2011 |
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Sob risco de apagão, SP apela à iniciativa privada Governo proporá que grandes consumidores gerem a própria energia no pico Ideia é que grandes empreendimentos usem geradores e saiam do sistema elétrico para evitar colapso ROGÉRIO PAGNAN AGNALDO BRITO DE SÃO PAULO Sob risco de novos apagões, o governo de São Paulo vai propor que grandes consumidores do Estado, entre eles empreendimentos comerciais e residenciais, gerem a própria energia com geradores e saiam do sistema elétrico nos horários de pico. A proposta é do secretário de Energia de SP, José Aníbal, como uma das alternativas para o consumidor evitar o colapso do sistema. Na última terça, um problema de transmissão deixou cerca de 2,5 milhões de pessoas sem energia na capital. O governo admite que novos apagões podem ocorrer na zona sul, principal região afetada dessa vez, e também na zona norte e no ABC. Segundo Aníbal, os conjuntos habitacionais, empreendimentos comerciais e shoppings "vão ter que ter" uma geração própria -até por prudência diante de "insuficiências" do sistema. O governo não pretende tornar a medida obrigatória. "Nos momentos de pico, eles saem da rede e fazem geração própria. Vai ter que trabalhar nisso. Isso não é só saudável do ponto de vista do conjunto do sistema, como é prudente do ponto de vista das insuficiências da transmissão da empresa que está aí. Vamos estimular." Esse será, inclusive, a principal mensagem do governo num simpósio que será realizado no dia 24 em São Paulo. "Vamos convidar para o evento o pessoal de shopping center, hotelaria, grandes conjuntos comerciais, estimulando essa gente que tenha esse equipamento. Não ter apenas como reserva. É ter esse equipamento para momentos de pico de consumo de energia", disse. O risco de colapso no abastecimento em SP é conhecido há pelo menos três anos. Na época, os técnicos colocavam como urgência a construção de uma subestação para amenizar o risco de apagão na zona sul, principal região afetada agora. De concreto, o governo tem pouco para estimular a saída de consumidores do sistema elétrico. Além do seminário, a pasta de Energia deve enviar à Secretaria da Fazenda um pedido para redução de ICMS sobre grupos geradores movidos a etanol, mas não é certa essa redução. Para o professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP Célio Bermann, o governo "busca tirar soluções da cartola" que poderiam ser obtidas com gerenciamento e manutenção. "Gerenciamento de carga retirando grandes consumidores [da rede] apenas ilude com a perspectiva pontualmente de redução de consumo", disse. Próximo Texto: Licitada em 2008, ampliação não saiu do papel Índice | Comunicar Erros |
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