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Morador busca lazer em área onde falta opção
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de o samba de rua estar perdendo espaço no subúrbio do Rio, os moradores da região tentam encontrar outras
opções de lazer em uma área
carente de recursos culturais.
Segundo o Instituto Pereira
Passos, da Prefeitura do Rio, há
um estabelecimento cultural
(museu, biblioteca, teatro, galeria de arte ou bem tombado)
para cada grupo de 28.687 habitantes das zonas norte e oeste, excluindo desse cálculo a
Barra da Tijuca (zona oeste).
Na zona sul, há um estabelecimento cultural para 2.136
moradores, enquanto na zona
central essa relação é de um para 667 habitantes.
Os moradores tentam compensar a escassez de opções de
lazer cultural com os bailes
funk e passeios nos shoppings.
Desde que o primeiro shopping foi inaugurado na região,
em 1986, outros 11 se estabeleceram em bairros da zona norte ou oeste, oferecendo hoje 46
salas de cinemas. No caso dos
bailes funk, sua existência nem
sempre é vista com bons olhos
pelos moradores mais antigos.
Na rua Casemiro de Abreu,
em Pilares (zona norte), o clube
CCIP decidiu suspender os bailes funk. A decisão tirou uma
opção de lazer dos jovens, mas,
segundo o relato dos moradores mais velhos, trouxe de volta
a paz à rua. Tanto que o dono
do bar em frente ao clube,
Eduardo Iulianelli, 67, voltou a
contratar músicos para oferecer serestas na calçada. Vânia
Mendes, 55, dona de uma barraquinha de salgadinhos em
frente ao clube, diz que a situação ficou mais calma: "Agora,
quando começa a seresta, a velharada vai toda para a rua".
As pessoas também continuam ouvindo música na rua
Indígena, na Penha (zona norte), onde funciona o centro de
cultura Meu Kantinho. O dono,
Cloves do Violão, montou lá
uma escola de música para
crianças carentes, que aprendem a tocar samba e chorinho
com músicos profissionais.
Nas manhãs de domingo, de
tão cheia, a casa acaba atraindo
gente só para ouvi-los tocar.
Mesmo que não fiquem nas
ruas, há em outros bairros locais onde é possível encontrar
rodas de samba. Em Madureira, bairro que reúne três escolas
de samba, os moradores voltaram a frequentar no mês passado a quadra da Portela.
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