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Para quem dirige, chegar rápido é o que importa
DA REPORTAGEM LOCAL
Velocidade e tempo são
variáveis que não podem
ser desconsideradas por
quem tem no trânsito de
São Paulo um "ambiente
cotidiano". É preciso chegar e rápido, "nem que se
tenha de desconsiderar as
regras de convívio social".
É o que mostra uma pesquisa de 2004 feita com
500 motoristas paulistanos que usavam o carro
quatro vezes por semana.
Diante dos erros dos outros, 37,8% confessam reagir com hostilidade (com
gestos e gritos), e 29,8%,
metendo a mão na buzina.
"E os que reconhecem cometer infrações são os que
se consideram melhores
motoristas e os que se irritam mais com o comportamento dos outros", diz a
psicóloga Gislene Macedo,
à frente do estudo.
Mais curioso é que os
motoristas se incomodam
menos com condutas de
risco como excesso de velocidade (55,2%) do que
com o contrário, a lentidão
-86% se irritam quando
se deparam com um veículo que está muito devagar.
Quase 95% dizem se irritar com quem fica muito
perto do pára-choque traseiro de seu veículo. Ao
mesmo tempo, 26% admitem fazer exatamente o
mesmo, "grudar" no carro
da frente para forçá-lo a
acelerar ou sair da frente.
Mas o que mais tira a paciência de 96,2% dos entrevistados é ser "fechado"
por outro carro. Para Macedo, essa agressividade é
uma questão "social", uma
"panela de pressão que
uma hora explode".
"Se tenho veículo, minha expectativa é ir de um
lugar a outro o mais rápido
possível", diz. O contrário
gera frustração e raiva.
"Para o motorista, o espaço privado (carro) se sobrepõe ao público (trânsito)", afirma ele.
(WV)
Colaborou ALENCAR IZIDORO
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