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Prefeitura afirma que urbanizar todas as ocupações leva 16 anos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Secretaria Municipal de
Habitação diz que nos próximos 16 anos pretende urbanizar todas as 1.595 favelas da cidade. Desde 2005, oito foram
urbanizadas e outras 36 estão
em obras, segundo a secretaria.
"Digamos que a gente tenha
380 mil domicílios em favelas.
Se estamos atendendo em uma
gestão 120 mil [incluindo as
obras que ainda estão em andamento], é aproximadamente
um terço. Se mais três gestões
continuarem nessa política e os
investimentos continuarem
nessa marca, haverá condições
de urbanizar todas", diz Elisabete França, superintendente
de Habitação Popular do órgão.
Segundo a secretaria, o Programa de Urbanização de Favelas da prefeitura investirá,
neste e nos próximos três anos,
R$ 1,7 bilhão -sendo R$ 824
milhões do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento),
R$ 482 milhões da prefeitura e
o restante do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), da CDHU (Companhia
de Desenvolvimento Habitacional Urbano do Estado de
São Paulo) e da Sabesp.
Barracos escondidos
Há casos, porém, em que a
urbanização é parcial. Em certas favelas, cujas obras já são
consideradas completas pela
prefeitura, ainda é possível ver
famílias em barracos de madeira, muitas vezes escondidos
atrás de fachadas de concreto.
É o que acontece com a residência da dona-de-casa Gilma
Costa Santos, 31, na Vila Nilo
(Jaçanã, zona norte de SP),
área entregue pela prefeitura
em 2007. A entrada da casa que
fica de frente para a rua ganhou
apenas uma mão de tinta.
As paredes de alvenaria da
casa envolvem apenas uma sala, um corredor e o quarto onde
dormem as crianças. O restante
do imóvel -outra sala, quarto,
banheiro e lavanderia- é separado por tapumes de madeira.
"Está escondido. Ninguém vê
que é barraco. A prefeitura disse que não vai arrumar. Ela está
fazendo, mas deixando um
monte para trás", diz Gilma.
O mesmo acontece na casa da
ajudante-geral Maria Elia Andrade Rocha, 33 -parte é de
madeira. "Na frente está lindo,
no fundo só tem rato", reclama.
A secretaria afirma que irá
trocar todas as casas de madeira que ainda existem na área.
Os vizinhos que receberam
novas casas da prefeitura se dizem felizes com as obras, mas
reclamam do acabamento. "A
casa, graças a Deus, é uma benção. Mas eles deveriam ter caprichado mais. A gente está pagando. Parece que eles estavam
com pressa de entregar logo e
fizeram de qualquer jeito", afirma a dona-de-casa Maria Josefa de Santana, 46.
A família dela, de sete pessoas, paga R$ 64,60 por mês pelo imóvel de dois quartos, sala,
cozinha, banheiro e quintal financiado pela CDHU. A renda
familiar é de R$ 400.
Moradores de outras obras
concluídas, como nos conjuntos Santo Eduardo e Haia do
Carrão (ambos em Aricanduva,
zona leste), também reclamam
de fissuras. A superintendente
de Habitação Popular da secretaria diz ser possível que algumas casas apresentem o problema. Segundo ela, moradores
podem reclamar para a secretaria, que resolverá a questão.
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